Empresário afirma que valor pago à TIM não é dele e veio de consórcio
Ednelson apresentou comprovantes de que dinheiro não era pessoal e sim de consórcio contemplado pela igreja
O empresário Ednelson Guerra Niz, que aparece no processo de devolução do terreno de R$ 13,5 milhões comprado pela igreja Aliançados como um dos pagadores da dívida, transferindo R$ 3 milhões para a TIM, dona terreno, explicou ao Campo Grande News a origem do dinheiro.
O líder da Comunidade Cristã Aliançados, apóstolo Denilson Fonseca, tem tido a conduta questionada nas últimas semanas por ex-membros, inclusive sendo acusado de usar o negócio do terreno para “desviar” dinheiro.
Segundo Ednelson, que apresentou os comprovantes do recebimento de valores equivalentes às transferências, o dinheiro foi recebido por meio do consórcio de onde a igreja levantou o dinheiro para pagar a TIM.
“Porque o dinheiro saiu da minha conta? Porque você precisa colocar um bem como garantia até o valor ser atrelado com a TIM. Então eu coloquei um imóvel meu. Por isso o dinheiro entra na minha conta, mas o dinheiro não é meu”.
Foram feitas três transferências via Pix por Ednelson, de R$ 1 milhão cada, sendo dois pagamentos no dia 30 de junho de 2023 e um no dia 31 de julho do mesmo ano, totalizando R$ 3 milhões.
Tal medida é colocada como empecilho pela TIM, para devolver o dinheiro pago até ali, já que a Aliançados tenta desfazer o negócio e recuperar o que já foi pago, cerca de R$ 4 milhões.
“Porém, os comprovantes de pagamentos estão em nome de terceiros alheios ao processo e ao estatuto social da autora. Observe que os 03 (três) comprovantes abaixo foram realizados por terceiro estranho à lide e que sequer consta como represente estatutário da autora, o Sr. Ednelson G. Niz”, diz a TIM em sua contestação.
A TIM argumenta que não foi a Aliançados, instituição que celebrou o contrato, quem pagou os valores, foi Ednelson. Por isso ela não teria direito de pedir o dinheiro de volta para si, porque não tinha como provar a titularidade dos valores.
Em comprovantes enviados ao Campo Grande News, Ednelson mostra que recebeu nove transferências via Ted da Ademicon Administradora de Consórcios, empresa que a Aliançados fechou contrato para financiar o dinheiro que iria ser pago à TIM.
As nove transferências correspondem às cotas contempladas no consórcio, que somadas chegam ao valor de R$ 3 milhões. “Esse pagamento simplesmente passou pela minha conta”, afirma Ednelson.
A Land Rover - O empresário também quis explicar outro ponto “polêmico” que veio à tona nos últimos dias. O fato dele ter presenteado apóstolo Edenilson com uma Land Rover.
O fato foi relevado no culto do último domingo (1º), quando apóstolo usou a parte final do culto deste para se defender das várias acusações que vem recebendo. Denilson afirma ter sido presente de Ednelson e sua esposa.
"Eu cheguei lá na loja e estava o laço lá, eles me deram de presente. E que Deus multiplique mais e mais na vida deles. O mais interessante é que ele não tentou me comprar com o presente. Eu falei para ele: isso aqui vai ser impedimento de pastorear você, se for eu não quero", disse o pastor.
Ednelson não nega o presente e diz que o apóstolo tem uma importância muito grande em sua vida. “Denilson sempre foi um pastor diferente dos outros que eu conheci, porque eu praticamente nasci dentro da igreja. Ele me acompanhou, era um cara que ia na minha casa de madrugada orar quando eu e minha esposa brigava, por exemplo. Quando ele recebeu o apostolado eu tinha um carro, que eu tinha encomendado e resolvi dar de presente para ele, porque eu tinha comprado outro. Um presente que para mim simbolizava o tamanho do apreço do que ele dedicou na minha vida, simplesmente isso. Não existe intenção de compra-lo”.
Defesa – Ednelson também fez questão de defender a instituição Aliançados como um todo, falando sobre alguns trabalhos feitos por ela e de como ela teria transformado sua vida. “Eu tive meu casamento transformado”.
Sobre os ex-membros que agora denunciam a conduta de Edenilson, o empresário os acusa de estarem ressentidos com o fato não fazerem mais parte da comunidade.
“É igual divórcio, marido e mulher se amam, mas divorciou a outra pessoa vira a pior do mundo. Igual uma pessoa que saiu da empresa e “mete no pau” (processa). Bom, o que você acha que ia ouvir de quem sai de uma igreja. Este mesmo pessoal que está metendo o pau aí, eu chamo de macaco, porque pula de galho em galho. Eu sei, é gente que foi mudando de igreja e sempre que chega, fala mal da anterior, nenhuma igreja no planeta presta”.
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