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Capital

Lutador “era agitado e tinha mania de perseguição”, diz namorada a júri

Rafael Ribeiro e Marcus Moura | 27/04/2017 12:00
Carla Maiara de Medeiros Dias durante sua oitiva no júri de seu namorado, nesta terça-feira (Fotos: André Bittar)
Carla Maiara de Medeiros Dias durante sua oitiva no júri de seu namorado, nesta terça-feira (Fotos: André Bittar)

Carla Maiara de Medeiros Dias, 26 anos, afirmou durante o júri de seu namorado, o lutador de jiu-jitsu Rafael Martinelli Queiroz, 29, nesta quinta-feira (27), no Fórum de Campo Grande, que ele costumava “ficar agitado” e “tinha mania de perserguição.”

Queiroz é julgado pelo assassinato do engenheiro Paulo Cézar de Oliveira, 49, espancado até a morte por ele em um quarto de hotel na noite do dia 18 de abril de 2015, na região central da Capital.

A namorada é considerada peça central do julgamento, afinal após acusá-la de traição que o lutador saiu enfurecido quebrando e agredindo o que via pela frente naquela ocasião.

Mesmo tendo sido agredida grávida por Queiroz naquela noite, Carla continua com o relacionamento.


Durante sua fala, ela corroborou a versão da defesa de que o lutador tem problemas psicológicos e pode ter sofrido um transtorno de personalidade.


“Foi uma situação inédita (as agressões sofridas por ela). Pensei que era cansaço extremo que ele estava sofrendo. Relacionei o comportamento estranho à falta de sono”, disse Carla.

Entre outros comportamentos estranhos mencionados por ela naqueles dias, estava o fato de Queiroz conversar sozinho em alguns momentos e aparentar estar deprimido. “O peguei chorando várias vezes”, disse.

Rafael Queiroz, visivelmente mais gordo, durante seu julgamento nesta terça, no Fórum de Campo Grande
Rafael Queiroz, visivelmente mais gordo, durante seu julgamento nesta terça, no Fórum de Campo Grande

Crime - O lutador é de Valparaíso (SP) e veio a Campo Grande para participar de um evento de lutas realizado no Círculo Militar. Porém, não competiu na noite de sábado (18 de abril), como era previsto, e foi para o hotel, na avenida Afonso Pena, por volta das 22h.

Queiroz foi até o quarto 221, onde estava hospedado com a namorada de 24 anos quando teve início uma discussão envolvendo traição. Ele bateu na mulher que, amedrontada, fugiu pelos corredores e pediu socorro na recepção. Ela estava gestante.

Ao sair enfurecido do quarto, Queiroz destruiu tudo o que encontrou pela frente, até se deparar com o engenheiro Paulo Cézar que havia acabado de abrir a porta de seu apartamento, o 216, para ver o que estava acontecendo. A vítima, que era de Batatais (SP), foi morta espancada e a cadeiradas.

O júri é composto por sete pessoas, sendo cinco mulheres e dois homens. No banco dos réus, o lutador que está visivelmente mais gordo, só participou do início do júri. Ele não acompanha os depoimentos. Rafael tem quase dois metros de altura e na época pesava 140 quilos. Já a vítima pesava cerca de 70 quilos e tinha 1,68 metro de altura.

Muito abalada, a família de Rafael acompanha o júri. A casa está lotada, principalmente de acadêmicos de Direito. O réu aguardou o julgamento preso em cela especial do Instituto Penal.

O julgamento começou por volta das 8h e não tem horário previsto para terminar. A expectativa é que o veredicto saia até o final da tarde.

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