Lutador “era agitado e tinha mania de perseguição”, diz namorada a júri
Carla Maiara de Medeiros Dias, 26 anos, afirmou durante o júri de seu namorado, o lutador de jiu-jitsu Rafael Martinelli Queiroz, 29, nesta quinta-feira (27), no Fórum de Campo Grande, que ele costumava “ficar agitado” e “tinha mania de perserguição.”
Queiroz é julgado pelo assassinato do engenheiro Paulo Cézar de Oliveira, 49, espancado até a morte por ele em um quarto de hotel na noite do dia 18 de abril de 2015, na região central da Capital.
A namorada é considerada peça central do julgamento, afinal após acusá-la de traição que o lutador saiu enfurecido quebrando e agredindo o que via pela frente naquela ocasião.
Mesmo tendo sido agredida grávida por Queiroz naquela noite, Carla continua com o relacionamento.
Durante sua fala, ela corroborou a versão da defesa de que o lutador tem problemas psicológicos e pode ter sofrido um transtorno de personalidade.
“Foi uma situação inédita (as agressões sofridas por ela). Pensei que era cansaço extremo que ele estava sofrendo. Relacionei o comportamento estranho à falta de sono”, disse Carla.
Entre outros comportamentos estranhos mencionados por ela naqueles dias, estava o fato de Queiroz conversar sozinho em alguns momentos e aparentar estar deprimido. “O peguei chorando várias vezes”, disse.
Crime - O lutador é de Valparaíso (SP) e veio a Campo Grande para participar de um evento de lutas realizado no Círculo Militar. Porém, não competiu na noite de sábado (18 de abril), como era previsto, e foi para o hotel, na avenida Afonso Pena, por volta das 22h.
Queiroz foi até o quarto 221, onde estava hospedado com a namorada de 24 anos quando teve início uma discussão envolvendo traição. Ele bateu na mulher que, amedrontada, fugiu pelos corredores e pediu socorro na recepção. Ela estava gestante.
Ao sair enfurecido do quarto, Queiroz destruiu tudo o que encontrou pela frente, até se deparar com o engenheiro Paulo Cézar que havia acabado de abrir a porta de seu apartamento, o 216, para ver o que estava acontecendo. A vítima, que era de Batatais (SP), foi morta espancada e a cadeiradas.
O júri é composto por sete pessoas, sendo cinco mulheres e dois homens. No banco dos réus, o lutador que está visivelmente mais gordo, só participou do início do júri. Ele não acompanha os depoimentos. Rafael tem quase dois metros de altura e na época pesava 140 quilos. Já a vítima pesava cerca de 70 quilos e tinha 1,68 metro de altura.
Muito abalada, a família de Rafael acompanha o júri. A casa está lotada, principalmente de acadêmicos de Direito. O réu aguardou o julgamento preso em cela especial do Instituto Penal.
O julgamento começou por volta das 8h e não tem horário previsto para terminar. A expectativa é que o veredicto saia até o final da tarde.