Mãe e filha foram presas em operação contra o PCC na Capital
Em Mato Grosso do Sul, 51 dos 85 alvos de mandados de prisão ocupam celas de 5 unidades prisionais
Com uma arma de fogo escondida na sapateira, Larissa Barbosa Pacheco de Souza, 25 anos, foi presa em flagrante nesta segunda-feira (31) durante a Operação Caixa Forte, deflagrada pela Polícia Federal de Minas Gerais, para desmantelar o núcleo responsável por remunerar integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Em Mato Grosso do Sul, 51, dos 85 alvos de mandados de prisão ocupam celas de 5 unidades prisionais.
Eles fazem parte do grupo de 172 detentos presos em 31 presídios brasileiros que, segundo a investigação, recebem “mesadas” por fazerem parte da maior organização criminosa que atua dentro e fora das penitenciárias do Brasil.
Conforme o auto de prisão em flagrante, policiais foram até a casa de Larissa na Rua Enchova, no Jardim Centro Oeste, para cumprir mandado de busca e apreensão e de prisão contra a mãe dela, Marlene Barbosa Silva. Numa edícula, onde Larissa vive com os três filhos, nos fundos da casa de Marlene, foi encontrada espingarda dentro de uma sapateira. O marido de Larissa, Fábio Fortare, cumpriu pena na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira. Em 2008, Fábio, apontado com membro do PCC, foi transferido do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande) para outra penitenciária por envolvimento em rebelião.
Indagada, Larissa contou que havia adquirido a arma com um caminhoneiro desconhecido. Afirmou ainda durante depoimento que era responsável pelo transporte de correspondências de vários presos, mas negou pertencer a facção criminosa. Larissa já cumpriu pena por tráfico de drogas em 2013. Questionada, se já havia recebido dinheiro da facção, Larissa negou. Afirmou que o dinheiro que recebe vem das vendas de roupas adquiridas em São Paulo e Goiânia.
Segundo a polícia, em um das contas de mãe e filha, foram identificados pelo menos dois pagamentos realizados pelo PCC de R$ 1,5 mil cada. Larissa foi presa por posse ilegal de arma de fogo e vai passar por audiência de custódia nesta manhã no Fórum. Já a mãe dela foi levada para o presídio feminino.
Caso - O “salário”, de acordo com o delegado da Polícia Federal de Minas Gerais, Alexsander Castro, coordenador da força-tarefa, é tabelado e pago de acordo com o desempenho dos beneficiários na estrutura da facção. Em coletiva dada à imprensa de Belo Horizonte nesta segunda-feira, o chefe da operação não quis divulgar os valores, mas disse que líderes do PCC recebem determinada remuneração por exercerem o “cargo”, que é dobrado caso o membro tenha sido preso por executar alguma missão e triplicado se a tarefa concluída “com sucesso” foi matar algum agente das forças de segurança.