Mãe nega ter abandonado filho em coma no hospital
Avó registrou boletim de desaparecimento da jovem que foi ouvida pela polícia em investigação sobre maustratos
Em depoimento à polícia, a mãe da criança de dois anos, que está internada em estado gravíssimo na Santa Casa de Campo Grande, afirmou que visitou o filho e só deixou de vê-lo quando foi até o distrito de Anhanduí, a 60 km da Capital, para fazer uma diária no sábado (27). A avó materna da criança chegou a registrar boletim de ocorrência de desaparecimento da filha, depois que não a encontrou no hospital.
Segundo o relato da mãe à polícia, o menino deu entrada no hospital na terça-feira (23) após sofrer queda de uma escada e bater a cabeça. A mãe fala que correu desesperada pelas ruas pedindo socorro e o Corpo de Bombeiros foi acionado. Já na Santa Casa, foi comunicada sobre o estado de saúde do garoto e que ele teria que passar por cirurgia.
Nos dias seguintes, quarta e quinta-feira, visitou o filho na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Mas, no sábado (27), precisou ir até a Anhanduí para fazer diária em um imóvel. Então, fez a viagem com motorista de aplicativo e recebeu pelo serviço R$ 110, retornando para a Capital na sequência.
A mãe do menininho ainda afirmou que o companheiro Cadu, que foi detido pela PRF ontem, terminou o relacionamento com ela assim que soube sobre a situação da criança. A mulher afirma que Cadu justificou o término por acreditar que a mãe fez algum mal ao filho.
Neste ínterim, a mãe da mulher - avó da criança - tomou conhecimento do acidente e ficou com a outra neta, de 4 anos. Depois, como não encontrou mais a filha e nem conseguiu contactá-la, registrou boletim de ocorrência de desaparecimento. Contudo, a filha apareceu e foi até a DEPCA, onde prestou esclarecimentos na segunda-feira (29).
A avó materna ainda relatou à polícia que o pai biológico da criança estava preso, mas conseguiu liberdade provisória e chegou a ir até a casa dela para buscar a outra filha, de 4 anos, afirmando que o filho que está internado havia morrido. Contudo, a advogada dele, Eleudi Silva, afirmou que a avó materna é quem está com a criança mais velha.
Eleudi ainda afirmou em vídeo encaminhado à imprensa que entrará com pedido de guarda para o pai biológico.
Entenda - A mãe do garotinho chamou o Corpo de Bombeiros na tarde do dia 23 de janeiro informando que o filho havia caído de um degrau, enquanto brincava com a irmã, de 4 anos. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) fez o socorro e levou o pequeno em estado grave para a Santa Casa.
Depois que passou por exames clínicos, constatou-se que estava com lesões em pulmão, acúmulo de líquido e hematoma no abdômen, além de escoriações nos membros inferiores. O médico que atendeu o bebê suspeitou de maus-tratos e acionou a polícia.
O padrasto foi localizado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), na BR-262, em Terenos, a 31 km de Campo Grande. Ao ser abordado pela PRF, ele mentiu o nome e então foi encaminhado para a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Na especializada, ontem mesmo, o homem foi ouvido e liberado, já que não há mandado de prisão contra ele. Apesar das fotos dele e da mãe da criança serem espalhadas no Facebook, a polícia não confirma sobre os suspeitos da investigação, que corre em sigilo.
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