Mães e avós voltam a lotar postos para vacinar crianças
Alta demanda fez campanha de imunização contra gripe ser prorrogada até sábado (17)
Não adiantou a prefeitura prorrogar a vacinação de crianças contra a gripe. Apesar de mais tempo, as filas seguem grandes nesta quinta-feira, com unidades lotadas.
Na USF (Unidade de Saúde da Família) Itamaracá, cerca de 60 pessoas esperavam para vacinar crianças na manhã desta quinta-feira (15), a maioria delas já havia ido ao local um dia antes e, por conta da lotação, não conseguiu imunização.
Lucimeire Andrade, de 40 anos, é diarista e deixou de trabalhar dois dias seguidos para tentar vacinar a filha. "Vim ontem, 14h, e não tinha mais senha, diz que acabou antes das 13h. Trabalho fazendo diária e tive que abrir mão do serviço para trazer minha filha hoje de novo", disse Lucimeire, que era a 21ª na fila desta quinta-feira.
Com a fila lotada e sem respeito algum ao distanciamento social, para Pamela Azambuja, técnica de enfermagem, de 34 anos, que também foi levar a filha para vacinar, o que falta é orientação. "Ninguém fala em que senha que tá, não tem organização, eu sou enfermeira e sei que não demora mais que 4 minutos para aplicar uma vacina", desabafou.
Ana Cristina oliveira, de 28 anos, é dona de casa e também tentou vacinar a filha na tarde de ontem, mas não conseguiu e precisou retornar à unidade de saúde nesta quinta-feira. "Ontem eu cheguei 13h30 e não tinha senha, hoje vim bem cedo, cheguei 6h50, antes de abrir a unidade", disse Ana, que também reclamou da aglomeração. "Pra você ver, aqui não tem nem como respeitar o distanciamento social. As pessoas falam pra não ficar aglomerado, mas não tem como, tá muito cheio, ainda mais com criança", finalizou.
Em outra unidade de saúde, na USF Dr. Edgar Pedro Raupp Sperb, conhecida também pelo nome do bairro onde está localizada - Arnaldo Estevão de Figueiredo, a realidade já é tranquila, com poucas pessoas na fila e sem aglomeração. Mas o retrato da sociedade se mantém, com praticamente apenas mulheres levando as crianças para serem vacinadas.
Se destacando entre mães e avós, está João Rosa, aposentado de 59 anos, que levou a neta para receber a imunização. "A organização aqui tá 100% melhor em comparação às outras unidades. Ontem fui em outras duas, tava sem condições. Me orientaram a vir aqui hoje, que estaria mais tranquilo, e tá mesmo", comemorou João, que era o último da fila na manhã desta quinta, já que a USF distribui apenas 40 senhas pela manhã e mais 40 à tarde.
A imunização contra a gripe começou na última terça-feira (13) em Campo Grande e seria finalizada ontem (14), mas por conta da alta procurar, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) prorrogou a campanha até sábado (17). Nesta primeira etapa, as doses estão sendo aplicadas em crianças de 6 meses até 5 anos e 9 meses.
Objetivo é vacinar 52 mil crianças entre 6 meses a 6 anos, mas governo federal repassou, por ora, 32 mil doses. Espalhadas por todas as regiões da Capital, são 60 unidades de saúde que realizam o procedimento, não sendo necessário agendamento prévio. (Confira os locais abaixo)
Retorno - Sobre a demora no atendimento em algumas unidades de saúde, o Campo Grande News procurou a Sesau, que informou que, "durante a vacinação contra Influenza em crianças, é feita também a atualização da caderneta vacinal, sendo assim, diversas vezes a criança sai com várias doses aplicadas de uma só vez. Este é o principal motivo de uma possível demora no atendimento, já que não é aplicada apenas a vacina contra influenza", diz a nota.
A Sesau ainda reforçou que não há necessidade de toda a população buscar as unidades de saúde ao mesmo tempo, já que a campanha contra Influenza seguirá até o mês de julho e até o próximo sábado a vacinação será exclusiva para crianças entre seis meses e cinco anos, onze meses e 29 dias.