Mesmo após repasses financeiros, Santa Casa ainda cancela cirurgias ortopédicas
Hospital vive crise financeira desde o início deste ano e recebeu repasse público na semana passada

A idosa Cleuza Francisca Siqueira, 62, é uma das pacientes que aguardam há mais de uma semana por cirurgias ortopédicas na Santa Casa de Campo Grande, mesmo já estando dentro do hospital.
RESUMO
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Pacientes enfrentam dificuldades na Santa Casa de Campo Grande, com cirurgias ortopédicas sendo canceladas devido à falta de equipamentos e crise financeira. Cleuza Siqueira, 62, aguarda cirurgia há mais de uma semana após fraturar a coluna. A filha, Sônia, reclama da falta de respostas concretas do hospital. A Santa Casa enfrenta problemas financeiros, com atrasos salariais afetando atendimentos. Apesar de repasses financeiros recentes, a situação permanece crítica. O hospital prometeu medidas para resolver a crise, mas ainda não há solução definitiva.
"Tem pessoas que vão para o centro cirúrgico e voltam. Minha mãe chegou a ficar 23 horas em jejum para depois cancelarem a cirurgia dela por falta de equipamentos. Isso aconteceu três vezes. É uma loucura!", diz a filha, Sônia Siqueira.
Sônia abandonou o emprego de operadora de caixa em Três Lagoas, onde a família mora, para acompanhar a mãe.
"Não sei por que nossa cidade nos transferiu para cá. Vim para ficar alguns dias e já estou aqui há mais de uma semana sem a operação ter sido feita", relata.
Cleuza foi atingida pelo portão da própria casa e fraturou a coluna em 3 de abril. A saga começou na data. Até descobrirem que era mais sério do que parecia, foram quase 10 dias entre passagens em UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas.
A filha fez uma reclamação na Ouvidoria do hospital pedindo que a equipe dê "respostas concretas sobre a data e a hora da cirurgia".
"Se eles não têm condições de fazer, por que aceitam o paciente aqui?", Sônia também questiona.
Crise financeira - O hospital enfrenta crise financeira desde o início deste ano e chegou a fechar o setor ortopédico, onde Cleuza está, no mês passado.
Na semana passada, foram formalizadas parcelas de repasses da Prefeitura da Capital do Governo de Mato Grosso do Sul, para socorrer o hospital. Ainda assim, a instituição parece seguir enfrentando dificuldades com as cirurgias.
Em nota enviada em 16 de abril, a Santa Casa reconheceu o problema e afirmou que medidas estavam em andamento.
"A suspensão de atendimentos eletivos e ambulatoriais continua devido aos atrasos salariais das equipes médicas, entre elas urologia e transplante de rins, ortopedia e cirurgia cardíaca. A Diretoria Técnica reconhece que houve um depósito de valores no fundo municipal destinados à Santa Casa e as equipes médicas já foram comunicadas. Compete à Diretoria Financeira o alinhamento para a distribuição dos valores aos médicos, mas isso já está sendo executado. A partir da resolução do atraso com os prestadores já temos o acordo com as equipes de retorno completo as atividades e atendimentos", registrou.
A reportagem questionou novamente o hospital sobre a regularização das atividades após o repasse e perguntou o motivo de cancelamentos recorrentes como no caso de Cleuza. A assessoria de imprensa informou que está verificando e dará retorno.
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