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Mais de 10 doses de bebida, em menos de 1 hora, podem causar coma

No Carnaval do ano passado, em quatro dias de folia, 56 pessoas foram socorridas por abuso de álcool; delas, seis estavam em coma

Guilherme Henri | 03/03/2019 07:45
Jovem embrigado após carnaval do ano passado (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)
Jovem embrigado após carnaval do ano passado (Foto: Arquivo/ Campo Grande News)

Para não “queimar a largada” neste Carnaval e evitar aquela piada clichê dos amigos de “não aguenta bebe leite” é sempre bom não exagerar na bebida. Afinal, a risada depois pode até estar garantida, mas estragar a folia tomando glicose em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) pode ter mais consequências do que só a ressaca. Uma delas, inclusive, é a morte.

Segundo divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, no carnaval do ano passado, em quatro dias de folia 56 pessoas foram socorridas por abuso de álcool. Delas, seis estavam em coma.

O maior número foi no primeiro dia, 25 de fevereiro, em que o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) socorreu 24 pessoas por abuso de álcool sendo que três estavam em coma.

No dia seguinte, dia 26 de fevereiro, 16 foram socorridas por abuso de álcool; três também estavam em coma. Já nos outros dois dias seguintes seis e 10 pessoas foram socorridas por abuso de álcool.

Segundo a coordenadora do Samu, Maitê Galhardo, e a enfermeira Talita Moreira, o álcool em excesso é o “start” para muitas ocorrências, como brigas, acidentes de trânsito ou mesmo descuido de um filho. "Em uma distração, entre uma latinha e outra, a criança, por exemplo, pode ser atropelada ou mesmo morrer afogada", desta Maitê.

O recomendado, para quem gosta daquela bebidinha é sempre beber bastante água. "Além disso, evite misturar bebidas ou mesmo aceitar tomar algo do copo de estranhos. Você pode estar colocando não só sua saúde mas, também a sua vida em risco”, alerta a coordenadora.

Questionada, se em Campo Grande existe um perfil de quem é socorrido por abuso de álcool, Maitê afirma que não, já que nesta hora até quem é “mais experiente” acaba com em uma UPA tomando glicose. “É do idoso ao jovem. Do rapaz a moça”, explica.

(Gráfico: Ricardo Gael/ Campo Grande News)
(Gráfico: Ricardo Gael/ Campo Grande News)

Saúde - De acordo com a médica Camila Magalhães Silveira, do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool ao portal Fatos Desconhecidos, o coma alcoólico pode levar à morte, já que ele acontece quando o sistema nervoso central é desacelerado a um ponto tão crítico que a pessoa acaba perdendo os sentidos.

Segundo especialistas, não é possível dizer a quantidade de álcool que pode levar uma pessoa ao coma. Isso depende de uma série de fatores como constituição física, peso, altura, sexo, tolerância ao álcool e condições de saúde.

No entanto, o fígado de uma pessoa saudável e já familiarizada com o álcool consegue metabolizar uma dose de da substância por hora. Ou seja, o equivalente a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de destilado.

Acima de cinco doses, a pessoa corre riscos de inúmeras naturezas, como acidentes, ferimentos e quedas. Acima de 10, há risco de morte por toxicidade alcoólica.

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