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Capital

Mandante de execução diz que atirador cometeu crime por ''amizade''

Paraguaio identificado como Pedro Benitez, autor dos disparos, nunca foi localizado pela polícia

Kerolyn Araújo e Clayton Neves | 17/10/2019 11:05
Réu negou que tenha contratado pistoleiro para executar ex-marido da cunhada. (Foto: Henrique Kawaminami)
Réu negou que tenha contratado pistoleiro para executar ex-marido da cunhada. (Foto: Henrique Kawaminami)

O empresário Fábio Willian Rodrigues Miranda, 38 anos, acusado de ser o mandante da execução de Oswaldo Fábio Soto Martins, 37 anos, morto a tiros ao sair do Centro de Triagem de Campo Grande no dia 24 de agosto de 2016, disse que o autor do assassinato cometeu o crime ''em nome da amizade''. 

Durante julgamento nesta quinta-feira (17) na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Fábio contou que no dia 16 de junho de 2016, a cunhada, ex-mulher de Oswaldo, foi sequestrada pelo homem e mantida refém dentro de um hotel na Capital.

A cunhada conseguiu ligar para o marido, que estava em Ponta Porã, e ele avisou o irmão, que estava em Campo Grande. Fábio foi até o hotel e, durante briga, quebrou o braço de Oswaldo e  homem acabou preso. Segundo o réu, a vítima ameaçou se vingar da família quando saísse da prisão.

Pouco mais de dois meses depois, quando soube que Oswaldo seria solto, Fábio comentou sobre o caso com o paraguaio Pedro Benitez, que prestava serviços em sua empresa em Ponta Porã. ''Ele ficou bravo, se solidarizou e disse que alguma coisa teria que ser feita, que ele ia resolver", explicou.

Na data que Oswaldo seria solto, Fábio e Pedro vieram para Campo Grande. Conforme o réu, o paraguaio pediu para que ele estacionasse o veículo próximo ao Centro de Triagem, no Jardim Noroeste, desceu do carro e disparou vários tiros contra Oswaldo. ''Eu achei que ele fosse dar um susto ou ameaçar. Em momento algum disse que iria matar, só resolver. E eu aceitei porque estava com medo por minha família", disse.

Ao juiz Carlos Alberto Garcete, Fábio afirmou que levou Pedro até o trevo de Sidrolândia, em Campo Grande, e nunca mais viu o atirador. Ele negou que tivesse contratado o pistoleiro e disse que o homem cometeu o crime ''em nome da amizade''.

Fábio responde por homicídio simples e Pedro foi citado como autor no processo. O paraguaio, porém, nunca foi localizado.

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