Manifestantes acampados em avenida pensam em pauta local de protestos
Se depender de alguns manifestantes, o acampamento montado no canteiro da Avenida Afonso Pena contra a corrupção não deve acabar tão cedo. Os participantes querem o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alguns dizem que ao conquistarem os objetivos, devem partir para o cenário político local.
“Queremos ver a corrupção fora”, diz o artista plástico Flávio de Barros, 51 anos. O grupo que tem dormido há dois dias em frente ao MPF (Ministério Público Federal) faz parte do movimento “Chega de Impostos” e para o integrante, é importante ressaltar a autonomia e isenção em relação a partidos e governantes.
“Nós não aceitamos dinheiro de ninguém, principalmente de políticos. Queremos ser puros até o final”, exclama.
Isso não quer dizer que o grupo não conte com a ajuda da população em geral, que abraçou a causa e tem levado comida e água para os manifestantes instalados em barracas na avenida. No fim da manhã, por exemplo, uma caminhonete parou no local e distribuiu refrigerante, salgadinhos e bolo.
Comerciantes da região também ajudam deixando os integrantes do protesto usarem o banheiro. “Aqui não falta nada, comida, água, principalmente a esperança”, diz a matemática Selma Mourão, 53 anos, participante do movimento.
Durante a tarde, os acampados colocaram uma lona sobre as barracas para evitar que a água da chuva entrasse nas tendas. Eles estão firmes no propósito de seguir no canteiro até que haja mudanças no cenário político nacional.
Para as 18h está prevista uma manifestação no local com a participação dos outros movimentos antipetistas “Vem pra Rua” e “Reaja Brasil”. A organização espera de 500 a mil pessoas. Se chover, o evento será remarcado.