Médicos dizem que Prefeitura cortou benefícios além das gratificações
No segundo dia de greve dos médicos na Capital, muitos profissionais demonstraram revolta ao receberem os holerites do mês de abril, que já apresentam os cortes nos vencimentos anunciados pela Prefeitura. Alguns alegam que não receberam por todos os plantões realizados, nem os valores correspondentes ao 13º salário e férias, que são pagos fracionados. A Prefeitura informou que apenas adiou o pagamento destes benefícios para o final do contrato.
O presidente do Sinmed-MS (Sindicato do Médicos de Mato Grosso do Sul), Valdir Shigueiro Siroma, relatou o caso de um profissional com regime de trabalho de 20 horas com o município, que recebeu o vencimento líquido em abril no valor de R$ 5.686,43 e o no mês de maio está recebendo R$ 2.401,00, em razão dos cortes. “Essa é a realidade da categoria. Sempre estivemos à disposição para negociar com o gestor, mas precisamos de seriedade nas conversas”, reclamou.
O Campo Grande News foi procurado por uma médica que expressou sua revolta ao ver o holerite de abril e verificar uma redução de pouco mais de R$ 2 mil, por conta de cortes. “Não recebi os valores correspondentes ao 13º salário e às férias, além de receber apenas por cinco plantões, mesmo tendo feito oito plantões”, garantiu a profissional, que preferiu não se identificar por receio de represália. No mês de março ela recebeu cerca de R$ 8,3 mil, valor líquido, e neste mês vai receber pouco mais de R$ 6 mil.
Em um holerite de outro profissional com vínculo de 12 horas de trabalho semanais aparece claramente a redução de R$ 856,30 no rendimento bruto do mês de abril, se comparado com março, por conta da retirada das gratificações. O presidente do Sinmed-MS disse que recebeu diversas reclamações no sindicato iguais a apresentada à reportagem.
O secretário municipal de Administração, Wilson do Prado, disse que a Prefeitura apenas prorrogou o pagamento das parcelas do 13º e de férias, que eram pagas fracionadas, o final do contrato dos médicos contratados, como é previsto na legislação. “Não retiramos o direito deles receberem, apenas vamos pagar ao final do contrato como estabelece a lei, uma vez que necessitamos reduzir o gasto com folha no momento”, explicou.
Sobre as negociações para por fim greve, Wilson do Prado disse que participou de duas reuniões no dia de hoje e amanhã cedo teria outra com o Sindicato. “Estamos fazendo levantamentos para encontrar uma alternativa para gerar economia e poder recompor o vencimento dos médicos”, reiterou o secretário.