ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  16    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Menino de 12 anos queria tirar foto quando arma do avô disparou, explica família

“Pesadelo sem fim”, afirma madrasta do menino, a única em condições de falar sobre a tragédia

Jéssica Benitez e Bruna Marques | 26/03/2023 09:03
Menino foi levado para o Hospital Regional, mas não resistiu (Foto Reprodução)
Menino foi levado para o Hospital Regional, mas não resistiu (Foto Reprodução)

Tiro que vitimou menino de 12 anos, na noite deste sábado (25), em Campo Grande, foi acidental, segundo revelou a madrasta da criança, que preferiu não se identificar. O garoto teria atirado nele mesmo ao tentar fazer uma foto com a arma do avô. As informações afastam a suspeita inicial de suicídio, ainda de acordo com a esposa do pai do adolescente.

“Não foi suicídio. Ontem, os policiais constataram que ele deu um tiro com a mão esquerda, só que ele não era canhoto. O celular dele estava próximo, eles entenderam que ele achou a arma do meu sogro e queria tirar uma foto”, relatou a mulher de 38 anos, a única em condições de falar sobre o assunto neste domingo (26).

O adolescente morava com a mãe e passava os fins de semana com o pai ou com os avós paternos, moradores do Bairro Coophavila 2, onde ocorreu o episódio. Na última sexta-feira (24), como de costume, foi para a casa da avó após sair da escola. De acordo com a madrasta, estava tudo ocorrendo normalmente, inclusive com a presença de outros familiares no imóvel.

“Ele estava brincando, jogando videogame com as crianças, tudo normal”, disse. Quando foi tomar banho, pouco antes das 20h, entrou no quarto, trancou a porta e a fatalidade aconteceu. A arma, um revólver calibre 38, ficava guardada no guarda-roupas e era do avô, que trabalha como segurança particular.

No momento do acidente, estavam na casa os avós, tios, duas primas e o irmão do garoto. “Foi uma loucura, estamos simplesmente arrasados, sem chão, querendo acordar de um pesadelo sem fim”, finalizou.

De acordo com o boletim de ocorrência, ao ouvir o barulho, o tio da vítima tentou abrir a porta. Ao constatar que estava trancada, arrombou e encontrou o menino caído no chão com perfuração na cabeça. Os primeiros socorros foram prestados, mas ele não resistiu e morreu logo após chegar ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, para onde foi encaminhado.

O avô se ausentou do local por orientação do advogado e até o momento não se apresentou para detalhar como era a rotina de segurança para com o objeto, segundo a delegada responsável pelo caso, Karen Viana. Por ser dono da arma, ele pode responder por omissão.

“Embora (o avô) não tenha dado a arma para a criança ou fornecido, ela deve ser guardada de uma forma a não colocar em risco as outras pessoas da residência, então considerando que a criança era pequena, 12 anos, e que não havia no nenhum banco ali no local que ela pudesse subir pra pegar uma arma que tivesse em cima do guarda roupa, então essa arma já não estava tão escondida assim”, disse.

Ajuda – Mesmo não sendo o caso do garoto que morreu no Coophavila, o Campo Grande News aproveita para informar que na Capital, o Grupo Amor Vida (GAV) presta um serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através do telefone 0800 750 5554. Ligue sempre que precisar! O horário de funcionamento é das 7h às 23h, inclusive, sábados, domingos e feriados.

(*) Matéria alterada para acréscimo de informações às 10h38. 

Nos siga no Google Notícias