Menos de 20 dias, familiares de detentos fazem 2° protesto contra má alimentação
Sobre greve de fome, Agepen informou que detentos recusaram o café da manhã, mas não houve reivindicação
Familiares de internos da Penitenciaria de Regime Fechado da Gameleira, em Campo Grande, fazem o 2° protesto em menos de 20 dias exigindo diversas pontos, entre eles, sobre a qualidade da alimentação destinada aos detentos. A manifestação que iniciou pela manhã desta segunda-feira (8) reuniu cerca de 30 pessoas em frente à penitenciaria com cartazes e balões brancos.
Segundo uma mulher, de 37 anos, que preferiu não se identificar, o marido está preso na unidade da Gameleira há 1 ano e 8 meses e reclama que desde que ele entrou, sempre sofreu com a má qualidade da comida, que segundo eles, chegam estragada. "Tem a questão das agressões que sofrem lá dentro. Reivindicamos também o retorno das visitas normais, atualmente, é 1 hora uma vez ao mês, além de atendimento médico para todos", explicou.
Ainda segundo a esposa, os detentos iniciaram há quatro dias paralisação do banho de sol e fazem greve de fome, também como protesto. Os balões, de acordo com ela, foram soltados em forma de paz. "Que é o que queremos", afirma.
Outra mulher, de 55 anos, participa do protesto pelo filho, de 30 anos, preso na unidade há 9 meses. Para ela, dentre as queixas, a principal é a agressão. "Olhou pro lado apanha. Estão presos sob tortura", contou. Relatou ainda, que por 5 minutos atrasada, perdeu no inicio do mês, a visita do filho. "Agora só mês que vem. Videoconferência não chega a dez minutos", concluiu.
Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciário) informou que internos de três dos cinco pavilhões da Gameleira 1 não quiseram pegar o café da manhã, na manhã de hoje. "Nenhuma reivindicação foi feita e a Agepen está acompanhando o caso para providências que se fizerem necessárias. A unidade prisional está tranquila, com a rotina seguindo normalmente", informa.
Princípio de motim- Em outubro, familiares também se manifestaram após um principio de motim na unidade que ocorreu nos alojados no pavilhão 1, no momento em que um interno estava sendo retirado para a cela disciplinar. Houve tumulto e presos começaram a bater nas grades e chegaram a avariar o tanque utilizado para lavagem de roupas no pavilhão, o que deixou o servidor ferido.
Conforme a Agepen, a situação teria sido controlada e os internos envolvidos “foram identificados e as sanções cabíveis serão aplicadas”.