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Capital

Mesmo com decisão judicial, idosa acamada é rejeitada pela Santa Casa

Paciente de Aquidauana aguarda há mais de 2 meses por cirurgia no fêmur e nem regulação resolve problema

Gabriela Couto | 01/03/2022 10:43
Idosa acamada dentro da ambulância durante transferência hospitalar. (Foto: Arquivo Pessoal)
Idosa acamada dentro da ambulância durante transferência hospitalar. (Foto: Arquivo Pessoal)

"Mesmo com decisão judicial e avaliação de um especialista no caso, a Santa Casa se nega a atender minha mãe", lamenta o comerciante Marcelo da Silva, 42 anos. O juiz Valter Tadeu Carvalho deu a antecipação de tutela com pedido de urgência para o Estado resolver a questão no prazo de 72h, no último dia 27.

A paciente, Filomena Damacena da Silva, de 73 anos, mora em Aquidauana, a 141 km da Capital. Depois de ficar mais de dois meses acamada aguardando por uma cirurgia de fêmur e dez dias internada no Hospital Regional do município, ela conseguiu com a Justiça ser transferida pela regulação estadual para a Santa Casa de Campo Grande.

Mas, ao chegar no maior hospital de Mato Grosso do Sul, que é referência para esse tipo de procedimento, o médico rejeitou a paciente. "Chegando em Campo Grande, o médico de plantão na ortopedia se negou a receber a paciente, alegando que Aquidauana tem capacidade de prosseguir com o atendimento. Mesmo com a intervenção do secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a Santa Casa não atende a solicitação."

A idosa está na área verde da Santa Casa e aguarda agora uma ambulância para ser levada para Aquidauana, sem ter realizado a cirurgia. "Atenderam ela no ambulatório e fizeram uma radiografia. O médico alegou que o procedimento pode ser feita em Aquidauana, mas o hospital do município, embasado em especialista em cirurgia de quadril diz que não tem condições de resolver aqui. Só que na Santa Casa, o ortopedista disse que a cirurgia é de alto custo e eles não querem fazer. Dizem que não tem material."

Em nota, a Santa Casa de Campo Grande esclareceu que "o caso da paciente Filomena Damacena da Silva, que foi encaminhada à revelia do Núcleo de Regulação da Instituição, mesmo após orientações e explicações dos médicos especialistas, com histórico clínico de realização de procedimentos em município do interior de Mato Grosso do Sul e com complicações pós-operatórias."

O hospital afirma que a paciente foi atendida, avaliada, medicada e recebeu alta hospitalar com orientações para ser encaminhada à unidade de origem para o tratamento adequado devido ao grande fluxo de pacientes no pronto-socorro e com a pré-ortopedia aguardando vaga para procedimentos cirúrgicos.

"Vale ressaltar que hospital segue o fluxo instituído pela Central de Regulação, atendendo as urgências e emergências, que nos casos de procedimentos eletivos, são direcionados para tratamento e acompanhamento ambulatorial até que seja realizado o procedimento, evitando risco de deixar o paciente em desassistência."

A assessoria de imprensa explica que mesmo após informada a situação, a paciente foi encaminhada à revelia da Regulação Interna da instituição e após ser avaliada, foi liberada pelo mesmo motivo que havia sido informado via sistema e encaminhada à unidade de origem para serem tomadas as condutas necessárias.

"É importante destacar que a judicialização está direcionada à prefeitura de Aquidauana e ao Estado e em momento algum se refere à Santa Casa de Campo Grande. Essas instituições são as responsáveis por providenciar o tratamento adequado ao paciente. Também vale destacar que a paciente possui um histórico de dois procedimentos ortopédicos na cidade de origem e com complicações, mas só agora foi informando à família que lá não é referência para o caso. Reiteramos que a Santa Casa de Campo Grande mantém seu compromisso de salvar vidas, mas de forma segura e que todo risco de desassistência ao paciente será intervindo de forma que este não ocorra em nossa instituição."

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