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Capital

Mesmo com decreto, maioria dos restaurantes permanece fechada

Estimativa é que 80% dos restaurantes da Capital permaneçam fechados, mesmo os que tenham delivery

Silvia Frias e Clayton Neves | 27/03/2020 14:01
Nem os que vendem marmitex abriram as portas hoje (Foto: Clayton Neves))
Nem os que vendem marmitex abriram as portas hoje (Foto: Clayton Neves))

O novo decreto municipal que amplia o funcionamento de restaurantes não provocou alteração significativa e hoje, já com a permissão da prefeitura de Campo Grande, poucos se aventuraram em abrir as portas. Por conta do esvaziamento da cidade, poucos clientes resolveram ir aos estabelecimentos.

A flexibilização divulgada ontem alterou decreto da ultima quarta-feira (25) que proibia o funcionamento dos restaurantes de quinta a domingo. Agora, veio a liberação, mas acompanhada de várias restrições (veja arte abaixo) para evitar a disseminação do novo coronavírus (Covid-19).

No fim da manhã, para verificar como os estabelecimentos fecharam o primeiro dia após publicação do decreto, a reportagem percorreu a as avenidas Afonso Pena, Mato Grosso e região central da cidade e o cenário era o mesmo dos últimos dias: portas fechadas. Apenas um restaurante estava aberto, o Multisabores, na Rua Pedro Celestino. No local, os proprietários, Fernando Érico Borges, 44 anos e Rosana Simões, 48 anos, estavam almoçando.

Cadeiras sobre as mesas e delivery em funcionamento (Foto: Clayton Neves)
Cadeiras sobre as mesas e delivery em funcionamento (Foto: Clayton Neves)

Fernando disse que estavam funcionando no sistema delivery e, mesmo assim, não estava valendo a pena. Segundo ele, em uma sexta-feira normal, venderia 120 refeições, entre marmitex e para clientes nas mesas, mas hoje, foram só quatro marmitex, ganho que não justifica o gasto de R$ 1 mil diários para elaborar os pratos. “Não adianta fazer comida sem ter movimento não comércio”.

Ainda próximo da área central, a padaria e conveniência Pão & Tal estava em funcionamento, o que já vinha sendo adotado regularmente. Hoje, das 17 mesas, 10 estavam ocupadas. Embora estivesse sendo respeitada a distância de dois metros entre as mesas, a ocupação é dobro do permitido pelo decreto.

Nos bairros, o cenário era parecido. No bairro Tiradentes, Andreia Lima resolveu abrir o as portas do restaurante Mohamed, além do serviço de delivery. Das 96 mesas, teve que reduzir o número, equipar os cinco funcionários com luvas e máscaras, mas, o movimento não ajudou: apenas uma mesa estava ocupada por cliente solitário.

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Apesar do fraco movimento, disse estar aliviada pela mudança do decreto, mesmo com as imposições. “Lucro eu sei que não vou ter, mas, vou poder empatar”, calcula. Ela acredita que a entrega de marmitex possa ajudar nessa recomposição.

O presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Juliano Wertheimer, o novo decreto não deve altera o cenário existente, com a manutenção do fechamento de 80% dos mil estabelecimentos existentes em Campo Grande.

A suspensão para a maioria, segundo ele, segue em prazo indeterminado. “Respeitando isolamento social, apoiamos que as pessoas fiquem em casa”, disse, explicando que o setor precisa socorro, com linhas de créditos especificas que possilitem o pagamento de fornecedores e formação de capital de giro. Além disso, o pagamento de seguro-desemprego para trabalhadores.

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