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Capital

Mesmo com praças “capengas” moradores insistem em lazer sem sair dos bairros

Prefeitura tem plano de manutenção periódica, mas famílias reclamam de falta de limpeza

Por Caroline Maldonado e Idaicy Solano | 22/03/2024 12:54
Mato alto em parquinho na Praça Azaléia, no Bairro de mesmo nome. (Foto: Henrique Kawaminami)
Mato alto em parquinho na Praça Azaléia, no Bairro de mesmo nome. (Foto: Henrique Kawaminami)

Há quem já tenha desistido e, de pronto, responde que não usa a praça do bairro para momentos de lazer com a família, porque sempre falta manutenção e algo mais. Eles vão para locais maiores como Orla Morena ou Parque das Nações Indígenas. São 148 praças espalhadas por Campo Grande e os distritos de Anhanduí e Rochedinho. Na Capital, muitos não têm a mesma disposição de ir para longe e usam o espaço do bairro, mas se queixam de reparos, limpeza e mais atrativos.

Nas praças com mais infraestrutura, os moradores reclamam da falta de manutenção. Naquelas com menos atrativos, eles comemoram as melhorias que chegam aos poucos, como uma pista de caminhada e academia ao ar livre, mas em algumas falta até calçamento.

Na Praça Recanto dos Pássaros, no bairro de mesmo nome, há churrasqueira, banheiros e uma bancada, além de bancos, parquinho, academia ao ar livre e quadras de areia. A área de uso comum está pichada e com sinais aparentes de falta de manutenção.

A churrasqueira está suja, os banheiros trancados, assim como as demais portas de outros espaços dentro dessa área. A praça é limpa e um senhor, que preferiu não se identificar, disse que é responsável pela manutenção e limpeza.

Praça Recanto dos Pássaros (Foto: Henrique Kawamnami)
Praça Recanto dos Pássaros (Foto: Henrique Kawamnami)

No Bairro Portal do Panamá, que fica na outra ponta da cidade, a Praça Antônio Papi Neto tem apenas pistas para caminhada e árvores. A comerciante Terezinha Martins, de 53 anos, conta que não frequenta o espaço porque não acha atrativo. Ela prefere ir à Orla Morena ou ao Parque das Nações Indígenas, porque têm mais infraestrutura.

“É mais agradável para lá do que pra cá, porque tem mais espaço e está mais bonito. É bem maior, fica mais fresco. O pessoal [moradores da região] fala que queria que colocassem mais bancos aí e que construísse um parque para as crianças”, comenta Terezinha.

No Bairro Azaléia, a praça com o mesmo nome, crianças e idosos usam o espaço, mesmo com o mato alto tomando conta do parquinho e da academia, segundo o aposentado Fernando Sandim de Souza, de 82 anos. Para ele, falta um projeto para reestruturar a praça, colocar telas de proteção no parque e na academia. Os moradores estão sempre reivindicando as melhorias e foi assim que conseguiram a instalação do parquinho.

“Esse é o parquinho, um mato danado, as crianças ficam no mato ali, o cachorro faz necessidades ali. A academia lá está até mais ou menos, mas o resto do parque está abandonado. As crianças sempre ficam brincando, chove, vira barro ali. Eu acredito que tem que fazer uma coisa bem feita, tem que arrumar”, opina Fernando.

Aposentado Fernando Sandim de Souza, de 82 anos, morador do Bairro Azaleia (Foto: Henrique Kawaminami)
Aposentado Fernando Sandim de Souza, de 82 anos, morador do Bairro Azaleia (Foto: Henrique Kawaminami)

O vizinho, assistente administrativo Antônio Edilto de Oliveira Dourado, de 56 anos, conta que a pista de caminhada é o atrativo que faz os moradores insistirem no local, mas também reclama de manutenção.

“Os moradores usam a praça para fazer caminhada/exercício na academia ao ar livre e também levam as crianças para brincar no parquinho porque é o único local destinado para lazer aqui em nosso bairro. Precisamos de melhorias principalmente no parquinho das crianças que está na terra”, diz Antônio.

Na Praça Flamboyant, no Bairro Tiradentes, boa parte da praça não tem calçamento e nem grama. Terra se espalha na pista de caminhada. No local, não há bebedouro e banheiros, que é reivindicação dos moradores. Não há lixeiras, apenas um tambor azul improvisado.

Praça Flamboyant, no Bairro Tiradentes. (Foto: Henrique Kawaminami)
Praça Flamboyant, no Bairro Tiradentes. (Foto: Henrique Kawaminami)

Mesmo com a situação precária, uma feira de artesanato é realizada às quartas-feiras, segundo o pedreiro Odair da Silva Alves, de 46 anos, que descansa sob a sombra das árvores. Ele gosta do lugar justamente para isso, descansar.

“Falta água. O banheiro não adianta fazer, porque suja muito. Tem que estar limpando direto. É, eu acho que é isso”, diz Odair.

A praça é uma das mais organizadas da cidade, na opinião do azulejista Maicon Antony Louveira, de 29 anos, porque os moradores cuidam bem, apesar da falta de limpeza por parte da prefeitura.

“Eles deixam uns joguinhos de dama ali e ninguém leva, ali tem uma tomada, tem o tambor azul para o lixo. Eu acho que é bem cuidada essa praça, é pouca coisa que falta, é mais questão de limpeza mesmo, de manter ela mais limpa. Limpar esse matagal ou essas árvores, que eles cortam e deixam, às vezes, os galhos aí. Bastante gente vem almoçar aqui por causa da sombra legal, tem bastante árvores, é bem arejado aqui, é bem gostosinho mesmo”, conta Maicon.

Na Praça Flamboyant, no Bairro Tiradentes, moradores colocaram banco e jogo de xadrez (Foto: Henrique Kawaminami)
Na Praça Flamboyant, no Bairro Tiradentes, moradores colocaram banco e jogo de xadrez (Foto: Henrique Kawaminami)

Manutenção - Algumas praças são de responsabilidade da Funesp (Fundação Municipal de Esportes), outras da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) e as demais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana).

A Prefeitura de Campo Grande informou que a Sectur administra 32 praças na Capital. “Todas passam por manutenções periódicas que envolvem a limpeza do espaço, poda de árvores, pintura, serviços de jardinagem, entre outros. Quando há necessidade de reformas, é realizada a solicitação à Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), que verifica a possibilidade de execução de obras ou elaboração de projetos para a revitalização destes espaços”, diz a nota da prefeitura.

A Funesp administra 34 praças e a manutenção é “uma responsabilidade constante e crucial para garantir o bem-estar da comunidade”, segundo a prefeitura.

“A equipe de manutenção da Fundação, em colaboração com a Sisep, trabalha diligentemente para realizar serviços como a poda de árvores, roçada, pintura, reparos elétricos e hidráulicos, além da manutenção de equipamentos e outras atividades de conservação das unidades. Essas ações visam não apenas manter a estética dos espaços, mas também garantir a segurança e o conforto dos frequentadores”, diz a prefeitura.

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