Mesmo sem CCR em audiência, moradores voltam a cobrar mais segurança na BR-163
Falta de sinalização, alta velocidade e a ausência de fiscalização foram os principais problemas apresentados

A falta de sinalização, a alta velocidade dos veículos e a ausência de fiscalização foram os principais problemas apresentados na tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande, na manhã de hoje (7), por moradores do bairro Jardim Noroeste, que pediram melhorias na segurança e infraestrutura da BR-163, especialmente no trecho que dá acesso à Rua Água Azul, uma das entradas do bairro.
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A audiência pública foi convocada para atender a uma demanda urgente da população, que há anos enfrenta dificuldades e riscos ao acessar a rodovia. O caso mais recente foi o acidente fatal do motociclista Roger Almeida, de 33 anos, que morreu em 27 de janeiro após ser atingido por um caminhão-baú.
Além dos moradores do Jardim Noroeste e dos vereadores da casa, participaram da audiência especialistas em mobilidade urbana, representantes do poder público e autoridades do setor de infraestrutura para discutir soluções e cobrar providências. Estiveram presentes também os deputados federais Vander Loubet (PT) e Marcos Pollon (PL).
A empresa responsável pela manutenção da rodovia, a CCR MSVia, não enviou representantes, pois recusou o convite para a audiência pública. Em nota enviada ao Campo Grande News na quarta-feira (4), a concessionária afirmou que não participaria da reunião, mas destacou que esteve aberta a discussões com a comunidade e mencionou a reunião realizada em 29 de janeiro de 2025, na sede da Superintendência da Polícia Rodoviária Federal em Campo Grande.

No entanto, durante sua fala, a representante do bairro e atual presidente da associação de moradores do Jardim Noroeste, Valmira Rigote, afirmou que a via de acesso ao bairro, pela BR-163, foi "mal-projetada" e tem causado acidentes, incluindo o de Roger.
"Ele saiu para fazer um trabalho em um bairro próximo. Era uma coisa de 30 minutos, mas não retornou para casa. Seus filhos estão sem a figura de um pai na criação. Não queremos que o Roger seja apenas mais um número na estatística", lamentou Valmira.
A representante também enfatizou que a melhoria na segurança da BR-163 não afeta apenas o Jardim Noroeste, mas também os bairros Chácara dos Poderes e Jardim Veraneio, que utilizam a rodovia. "Nosso apelo hoje é que os deputados federais e os vereadores façam algo por nós. Chega de vidas perdidas. Não estamos aqui para afrontar, mas para cobrar nosso direito", cobrou Valmira.

Outras demandas também foram apresentadas pelos moradores. O presidente da Associação de Moradores Indígenas do Jardim Noroeste, Milton Nascimento, pediu asfalto na região, lembrando que há 20 anos reside no bairro e nota os problemas causados pelos buracos e ruas intransitáveis.
"Lá para cima, no Parque dos Poderes, está bonito. Então, quero que concluam o [Jardim] Noroeste com asfalto e cascalhamento. Só o patrolamento não resolve. Em dias de chuva, tudo é levado e os buracos voltam", afirmou Milton. "Eu também vou fiscalizar o serviço da Prefeitura", completou.
Cobranças válidas - A PRF (Polícia Rodoviária Federal) confirmou que o trecho da BR-163 onde está localizado o Jardim Noroeste é o mais perigoso do Estado. "A reivindicação dos moradores é justa. Realmente, o trecho que vai do viaduto de Três Rios até a saída para Jaraguari é o mais problemático, com a maior quantidade de acidentes do estado", destacou o superintendente da PRF em MS, João Paulo Pinheiro Bueno.
Diante do histórico de 320 acidentes e 7 mortes registradas nos últimos anos, ele também enfatizou a urgência de melhorias na infraestrutura da rodovia, como passarelas e viadutos, para reduzir os acidentes. "Já passou da hora de transformar esse trecho em uma pista com viaduto e passarela", afirmou João Paulo.

O vereador Professor Riverton reforçou a necessidade de criar uma comissão permanente na Câmara para acompanhar a situação da BR-163 e levar o caso diretamente às autoridades federais. "Precisamos da ajuda de todos aqui para fortalecer essa luta. Com essa comissão, podemos cobrar os órgãos responsáveis, falar com o Ministro dos Transportes e com o governador, exigindo providências reais", afirmou o parlamentar.
Já o vereador Landmark Rios (PT) sugeriu ações imediatas para fiscalizar o tráfego e reduzir os riscos de novos acidentes, incluindo o uso de drones e câmeras temporárias para monitoramento. "Usamos tecnologia para tantas coisas. Que nossos órgãos de polícia usem drones e coloquem câmeras temporárias para monitorar a área até que as obras sejam feitas. A fiscalização precisa ser rigorosa agora", disse o vereador.
Representando a bancada federal, o deputado federal Vander Loubet (PT) também participou da audiência e reforçou a necessidade de mobilização para pressionar a CCR MSVia. Ele destacou que a bancada federal já destinou R$ 90 milhões em emendas para obras na rodovia, incluindo dois novos viadutos em pontos estratégicos.
No entanto, Loubet alertou que a pressão dos moradores é essencial para que as melhorias aconteçam. "Sem luta, não há como avançar. A pressão é essencial para garantir que essas melhorias saiam do papel", concluiu.
A audiência foi solicitada pela Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos da Câmara e presidida pelo vereador Flávio Pereira Moura, o Flávio Cabo Almi (PSDB). Também participaram os vereadores André Salineiro (PL) e Luiza Ribeiro (PT).
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