Moradores colaboram e vacinam pets em área ‘isolada’ por contaminação da raiva
Este ano já foram encontrados oito morcegos contaminados em diversas regiões da Capital
Moradora do Bairro Tiradentes, em Campo Grande, Kamila Mendes, 23 anos, aproveitou a ação de vacinação a domicílio do CCZ (Centro De Controle De Zoonoses), na manhã desta sexta-feira (6), para imunizar o gatinho Pietro contra o vírus da raiva. Este ano já foram encontrados oito morcegos contaminados em diversas regiões da Capital.
As equipes do CCZ realizam ação de bloqueio contra a raiva animal no bairro após a confirmação de morcegos contaminados pela doença na região. Na manhã de ontem (5), a vacinação aconteceu no Bairro Arnaldo Estevão Figueiredo, onde foram visitadas mais de 700 residências e cerca de 400 animais vacinados.
Segundo Kamila, essa foi a primeira vacina de Pietro, que foi resgatado em situação de abandono na rua. "Eu acho importante, porque eles fazendo esse trabalho incentivam a dar uma qualidade [de vida] melhor para os bichinhos".
O entregador Vagner Peralta, 26 anos, atendeu a equipe de vacinação para imunizar a filhote Belinha. Durante a ação, o entregador ressaltou a importância de vacinar, principalmente após morcegos contaminados serem encontrados no bairro vizinho. "Eu tenho duas filhas pequenas também, então a gente está sempre bem atento a tudo".
A aposentada Vilma Costa, 78 anos, ressaltou a importância de vacinar e cuidar da saúde dos animais. "A gente aproveita essa oportunidade que a gente tem, [de vir] na porta, porque a raiva tá aí, e Deus o livre de pegar uma criança, um animal".
Ação - Nesta quinta e sexta-feira, equipes do CCZ percorreram os Bairros Arnaldo Estevão Figueiredo e Tiradentes, para imunizar gatos e cachorros com a vacina antirrábica. A equipe bateu de porta em porta para oferecer vacina e atualizar o censo de animais que vivem nessas regiões. Durante a abordagem, foi feita orientação aos moradores de como recorrer caso encontrem morcegos contaminados no bairro e entregue panfletos informativos.
A veterinária do CCZ, Maria Aparecida Cunha reforça que os morcegos contaminados estão espalhados por todas as regiões de Campo Grande, por isso é importante atentar para a vacinação. A ação já passou pelos bairros Centro Oeste, Tijuca, Centro, São Francisco, Vila Planalto e Vila Jacy, onde também foram encontrados animais contaminados.
A meta é realizar o bloqueio ao redor do foco, ao redor da residência onde foi encontrado esse morcego, e fazer a realização da vacinação dos cães e gatos no entorno e a orientação da população no local", declara a veterinária Maria Aparecida Cunha.
No caso dos tutores que não estavam em casa no momento em que a equipe esteve no bairro, foi deixado um comunicado para que o tutor leve o animal ao CCZ para a aplicação da vacina antirrábica. O órgão funciona aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 21h (segunda a sexta) e das 6h às 22h (sábados, domingos e feriados), na Avenida Filinto Muller, 1601, Vila Ipiranga.
Casos - No ano passado, foram registrados apenas dois casos de raiva em morcegos em Campo Grande. Este ano, o número subiu para oito. O último caso de raiva humana no município foi registrado em 1968. Já em cães e gatos, o último surto ocorreu 1988. Após 23 anos, ocorreu um caso isolado em 2011 de raiva canina, cujo cão adquirira a doença por meio do contato com um morcego contaminado com o vírus.
Orientações - A população, ao encontrar um morcego na residência ou quintal (vivo ou morto), deve isolar o animal com um pano, balde ou caixa sobre ele e entrar em contato com o CCZ por telefone. É necessário ainda evitar que os animais de estimação tenham contato com o morcego e manter em dia a vacinação antirrábica anual em cães e gatos.
Se uma pessoa entrar em contato direto com morcego ou for mordido por algum animal, doméstico ou silvestre, deve procurar, imediatamente, a unidade de pronto atendimento mais próxima.
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