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Capital

Moradores de comunidade perdem alimentos e remédios durante chuva

As casas improvisadas com madeira foram invadidas por água que chegava próximo à altura dos joelhos

Por Geniffer Valeriano e Idaicy Solano | 05/12/2023 16:06
Durante chuva, barracos foram tomados por água (Foto: Alex Machado)
Durante chuva, barracos foram tomados por água (Foto: Alex Machado)

Reforço de madeiras e abertura de buracos são métodos usados por moradores da Comunidade Nova Esperança, localizada no Bairro Noroeste, na tentativa de impedir que a chuva alague os barracos. Nesta terça-feira (5), moradores relataram que mesmo com as medidas tomadas, a água tomou conta das moradias improvisadas.

Para a reportagem, a moradora da comunidade Maria Olga Vieira, de 64 anos, contou que por mora na parte mais baixa do terreno e a água da chuva chega até o seu barraco com grande força. Nesta tarde, a idosa perdeu o suprimento de três meses de remédios. Os medicamentos perdidos são usados no tratamento de úlcera, diabetes e desvio na coluna.

"A água vinha descendo de lá em cima com força e foi arrastando tudo. A água levou todos os meus remédios e os que ficaram tive que jogar fora. Eles ficavam em uma caixa e ela foi levada, lá dentro tinha pomada e comprimidos. Eu tinha três meses de remédio que peguei no posto e perdi tudo”, disse.

Durante o temporal móveis foram cobertos com lona (Foto: Alex Machado)
Durante o temporal móveis foram cobertos com lona (Foto: Alex Machado)

Além dos medicamentos, Maria relata que chegou a perder seu colchão e alimentos, pois eles molharam durante a chuva. A idosa conta que apesar de não serem perecíveis, o arroz por exemplo após molhar inchou e foi preciso jogar fora. “O pouco que sobrou coloquei no fogo para almoçar e agora não sobrou mais nada”.

Durante a chuva, o barraco de Maria ficou inundado, por isso a idosa precisou abrir um buraco na parede de seus barracos.

Estava ficando acumulado aqui dentro. Não é a primeira vez que isso acontece, já aconteceu outras vezes e aconteceu pior, porque não tem pra onde sair e ela vem com uma correnteza muito forte. Eu saio aqui toda hora e fico olhando para o céu pedindo assim: ‘Óh meu Deus, tem misericórdia’. Não é mole não, mas a gente vai fazer o que, a gente não tem condições de morar em uma casa boa, estrago tem, prejuízo tem, mas a gente vai fazer o quê?”, contou Maria.

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Com água chegando pouco abaixo dos joelhos, Andrey Barbosa, 29 anos, relata que precisou usar da mesma tática da idosa. O barraco onde o desossador mora é composto por três cômodos, sendo ocupado por ele, a esposa e os seis filhos que têm idade entre 4 a 13 anos.

Quando foi encontrado pela reportagem, Andrey estava tentando tapar uma erosão que começou a abrir próximo do local onde fica a sua moradia improvisada. Se adiantando para as próximas chuvas, o desossador reforçou as paredes de seu barraco com mais placas de madeira.

“Não cheguei a ter muito prejuízo em questão de estragar móveis e outras coisas, mas a água entrou e alagou tudo aqui dentro. Na parte de fora do barraco coloquei mais madeiras para reforçar, não impediu de a água entrar, mas ajudou. Como sempre chove acontece isso, eu vi a previsão de chuva e fiz esse reforço para diminuir o prejuízo”, disse.

Durante chuva cratera começou a abrir próximo de barraco de Andrey (Foto: Alex Machado)
Durante chuva cratera começou a abrir próximo de barraco de Andrey (Foto: Alex Machado)

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