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Capital

Moradores de condomínio fazem “panelaço” contra síndico

Residentes do Parque Castelo Gibraltar, em Campo Grande, reclamam da administração do local

Guilherme Correia e Mylena Fraiha | 22/06/2023 12:49

Moradores do Condomínio Parque Castelo de Gibraltar, no Bairro Pioneiros, em Campo Grande, fizeram “panelaço” na noite desta quarta-feira (21), em protesto contra o síndico do local. Conforme residentes ouvidos pelo Campo Grande News, havia irregularidades no alvará do Corpo de Bombeiros Militar e faturas em atraso.

Inicialmente, as reclamações eram contas de água e gás atrasadas. Outras críticas também foram feitas, tais como uso de taxa extra - que deveria ser usada para adequações de segurança - para o pagamento das tarifas, o que é negado por ele.

Ao Campo Grande News, o síndico argumenta que o atraso no pagamento da conta de água se deu por “consumo desenfreado”. Segundo ele, a conta já chegou a ser de R$ 70 mil, sendo que a arrecadação total do conjunto habitacional é de R$ 140 mil mensais. Atualmente, ele garante que não há faturas atrasadas.

Ele estima que, além da conta de água, serviços terceirizados de portaria, jardinagem, serviços gerais e zeladoria custam R$ 50 mil e a tarifa do gás gira em torno de R$ 15 mil. “Somente três despesas básicas, fora as demais, já temos um gasto de R$ 135 mil, isso enxugando as despesas ao máximo”.

Houve um incêndio na quarta-feira e uma moradora sofreu um acidente no alarme de incêndio, cortando a mão. Neste momento, os moradores afirmam ter descoberto que havia irregularidades no alvará.

O condomínio possui 576 apartamentos com aproximadamente 2 mil pessoas, segundo o próprio síndico.

Um morador, que preferiu não se identificar, relata que foi feito um grupo de condôminos, que descobriu dentro da prefeitura as contas em atraso. Segundo ele, o síndico informou erroneamente, neste momento, que as tarifas estavam regularizadas. Ele também comenta que maioria dos moradores é contrário ao síndico.

“O alarme de incêndio não estava funcionando, tem corredor de blocos sem mangueira. Se pegar fogo aqui no andar não tem mangueira. Não tem martelinho, a moradora acabou machucando a mão. São um dos questionamentos que temos contra ele. A gente clama por justiça e que ele renuncie”.

Outra denúncia é de que R$ 150 mil sumiram do caixa da administração, o que também é negado pelo síndico que ocupa o cargo desde 2021, mas os questionamentos se intensificaram nos últimos dois meses.

As reclamações chegaram por meio do canal Direto das Ruas no início de junho. Uma das moradoras relata ter sido processada pelo síndico.

Ele afirma que processos e boletins de ocorrência contra alguns condôminos foram provocados por conta de ataques pessoais, conforme instrução de seus advogados. “Me abstenho de responder ataques quando são direcionados a minha pessoa”.

Ele afirma que foi feita prestação de contas dos anos de 2021 e 2022 e aprovadas em assembleia. O síndico encaminhou documento que comprova a ata de assembleia feita no primeiro ano de gestão.

Entrada do condomínio, no Bairro Pioneiros, em Campo Grande. (Foto: Juliano Almeida)
Entrada do condomínio, no Bairro Pioneiros, em Campo Grande. (Foto: Juliano Almeida)

“Nos boletos, sempre chega a descrição dos gastos, mas é um grupo que há meses está tentando tirar a minha paz, com acusações infundadas, sem comprovações. Estou tomando as medidas cabíveis a isso, com toda certeza. Não é ameaça, é um dever”.

Ele é síndico profissional e diz administrar 20 condomínios em Campo Grande. Ele também comentou que foi reconhecido em votação popular como “melhor administrador de 2022”. Seu mandato deve se encerrar em janeiro de 2024.

Ele também enviou editais das assembleias de prestação de contas, incluindo uma feita em junho. “Todos os meses, os condôminos recebem no e-mail, junto com o boleto, um descritivo de gastos mensal”.

“Precisamos de conscientização dos condôminos sobre o uso desenfreado de água não só pela conta, como também pelo meio ambiente. O uso deve ser racional e hoje está totalmente fora do controle. Já procuramos vazamentos pelo condomínio com empresas especializadas e não foi encontrado nada. Foram compartilhadas dicas de redução de consumo como o uso de uma garrafa pet na caixa acoplada desde 2021, porém as pessoas não aderem e acabam prejudicando o financeiro do condomínio”.

Em relação ao “panelaço”, ele garante que os contrários a sua gestão não têm quórum suficiente para destituí-lo do cargo. “Pelo fato de não conseguir, ficam incitando os demais nos grupos de WhatsApp e qualquer pessoa que levante alguma palavra de defesa a meu trabalho são massacrados pelo grupo”.

“Eles querem que eu renuncie a todo custo do condomínio. Já que não conseguem as assinaturas, começaram a me queimar pela cidade, pensando em me atingir pessoalmente e profissionalmente”.

À reportagem, moradores informaram que as assinaturas serão colhidas e que cogitam registrar boletim de ocorrência contra o síndico;

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