Moradores recorrem até a drone para combater furtos na periferia
Jardim das Nações teve redução de seis furtos ao dia - 180 no mês - para apenas dois a cada 30 dias
Tecnologia, trabalho em conjunto e disponibilidade de cada morador fizeram os furtos no bairro Jardim das Nações, sul de Campo Grande, diminuírem de seis ao dia para apenas dois ao mês. A vigilância comunitária é feita através de 35 câmeras espalhadas pelo bairro, cujo acesso é disponibilizado aos moradores. Drone e grupos em redes sociais também auxiliam nesse monitoramento.
O bairro virou notícia recentemente quando um morador de rua foi identificado através do aparato furtando a janela de uma obra parada de escola municipal. Ele tentou vender o objeto por R$ 5,00 na tarde da última segunda-feira, dia 30 de outubro. As câmeras registraram o homem caminhando na Rua Manoel Vieira de Souza e minutos depois, ele foi localizado a cerca de 2 km da escola furtada e devolveu o objeto.
O presidente da Associação de Moradores do Jardim das Nações, Wanderlei Shineider, de 44 anos, diz que a mobilização dos moradores foi praticamente orgânica diante de onda de furtos diários no bairro. Isso entre 2016 e 2017. Para eles, havia ausência da segurança pública e se sentiam esquecidos.
“Temos o grupo no Whatsapp desde 2015 para conversarmos se virmos algo estranho e isso foi aumentando com o tempo. Uma empresa de telefonia e internet cujo dono mora no bairro ofereceu um atrativo para os clientes, que é acesso às câmeras e são 35 que estão espalhadas pelo bairro”, conta Shineider.
Depois disso, o próprio presidente do bairro, que trabalha fazendo imagens para imobiliárias, começou a usar seu drone para fazer imagens ao redor do bairro. Nesse caso, para tentar localizar suspeitos de furtos. Para isso, os moradores vão passando informações no grupo e Wanderlei usa o drone para percorrer os caminhos informados.
“Quando preciso levantar o drone, peço autorização para os moradores, principalmente se são voos baixos. Daí eu uso o drone e se encontro o suspeito, envio a localização e os próprios moradores pegam a pessoa e ligam para a Polícia Militar”, contou.
O movimento deu tão certo que agora, até um bairro vizinho, o Piratininga, está querendo adotar o modelo. “Se acontece algum furto lá, o vigilante de lá pede nossa ajuda para tentar localizar”, conta Shineider.
O dono da Mega Net, Carlos Alexandre da Silva, de 45 anos, conta que o acesso de seus clientes às 35 câmeras é um diferencial que ele quis implantar na empresa. “O diferencial que a gente quis implantar na nossa empresa foi esse sistema de câmera com monitoramento colaborativo. A gente traz um beneficio pro nosso cliente e pro morador do bairro. Esse é um diferencial que nenhum outro bairro tem”, afirmou.
Consultor na empresa, William Esteves, 35, conta que o serviço oferece até botão do pânico. “A ideia da câmera não é só você ter imagens. No portão das casas, a gente coloca placas de que o imóvel é monitorado pra inibir a ação de qualquer suspeito. Porque às vezes a imagem por si só não resolve muita coisa. Esse aplicativo guarda as imagens na nuvem por três dias e você pode acessar depois, e também tem botão do pânico. Você pode acessar o botão que todos os usuários vão ser avisados”, relata.
Morador do bairro há sete meses, Fernando de Castro Ferreira, 35, que é servidor público, diz que decidiu morar no Jardim das Nações justamente por conta dessa ajuda entre os moradores. “Isso aí foi decisivo quando decidi comprar minha casa aqui”, afirmou e quando negociou a compra, foi avisado dessa estrutura de segurança.
Os moradores ainda têm parceria com o 10º Batalhão de Polícia Militar que é acionado sempre que necessário.
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