Moradores têm casas e muros destruídos por grupo antes de ter a regularização
Eles relatam que homens chegaram com patrola dizendo que tem escrituras dos terrenos
“Estou muito triste, não sei descrever o que eu sinto agora”. Esse é o relato da dona de casa, Mosayra Moraes Castello, de 31 anos, que teve o muro da sua casa destruído, na tarde desta terça-feira (6).
Além dela, outros vizinhos da Rua General Benedito Xavier, Monte Azul e TV Baependi, do Bosque da Saúde, em Campo Grande, foram surpreendidos por cerca de dez homens e tiveram o muro de suas casas e terrenos demolidos. Ao todo, foram cinco terrenos, sendo que um deles tinha uma casa construída. Eles chegaram dizendo que tinha escritura dos terrenos.
"Eu tive o muro da minha casa destruído. A minha casa está exposta, agora, qualquer um pode entrar no meu terreno. Eu moro aqui há mais de 8 anos”, contou Mosayra.
Segundo moradores da região, o local antes pertencia a uma imobiliária e os terrenos foram invadidos há cerca de 15 anos, mas está em processo de regularização. Nesse período, casas foram construídas, com muros e portões.
Ainda conforme relatado pelos vizinhos, a imobiliária que administrava os terrenos faliu e o local se transformou em lixão, foi quando os moradores tomaram conta do espaço. No entanto, agora apareceu um suposto herdeiro querendo retomar posse.
A dona de casa Vilma Gomes Santana, de 53 anos, diz que foi ameaçada pelos homens que estavam praticando a ação. Ela mora na região desde 2007.
“Isso é muito triste, ter nosso lar, sonhos destruídos por um cara que diz ser o dono. Eu sempre paguei IPTU, paguei água e luz. Fui ameaçada por eles”, lamentou.
Segundo a Polícia Militar, a situação ocorreu por "briga de terreno" e todos os envolvidos foram encaminhados para a 2ª Delegacia de Polícia.
Conforme já noticiado pela reportagem em março do ano passado, o Bosque da Saúde é uma área invadida e tem cerca de 20 famílias aguardando a regularização.
Em nota, a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) informou que não tem conhecimento sobre o ocorrido, mas que está disponível para entender a situação. A Agência também diz que existe uma área em fase de regularização fundiária na região e buscará mais informações com o setor fundiário.
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