Morre trans que teve 90% do corpo queimado após ter a casa incendiada
Duas outras trans foram presas; quando ainda estava consciente, vítima disse que cafetina ordenou crime
Morreu na Santa Casa de Campo Grande, Pamela Myrela, 31 anos, mulher transexual que teve 90% do corpo incendiado na madrugada de domingo (19), quando estava em casa, na Vila Carvalho. O crime aconteceu após confusão em uma boate e duas outras trans foram presas pelo crime.
Amigos que aguardavam informações na unidade de saúde disseram que o óbito foi constatado por volta das 5h30 desta terça-feira (21).
A ATTMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul) publicou nota de falecimento nas redes sociais. Ontem, também postou nota de repúdio sobre o caso. "Embora os atos tenham sido praticados por outras duas pessoas trans é inadmissível que toleremos tais violências".
O crime aconteceu após desentendimento em uma boate na noite de sábado (18). Outras duas transexuais, conhecidas como Baby e Yara, foram até a casa de Pamela Myrela e jogaram um coquetel molotov na vítima, já na madrugada de domingo (19). Depois, atearam fogo.
O quarto do imóvel foi atingido, mas um vizinho conseguiu controlar as chamas e retirar a vítima da casa. Ainda consciente, à espera de socorro, Pamela contou para a polícia sobre o desentendimento na boate. Também revelou que Baby e Yara tinham uma cafetina, dona de uma pensão, e esta teria ordenado o crime. Pamela ainda relatou que já teve desentendimento anterior com a cafetina.
Baby e Yara foram localizadas e presas em um pensionato, no Bairro Amambaí, na Capital. A dona da pensão foi ouvida pela polícia, confirmou que teve desentendimento com Pamela há cerca de seis anos, mas negou qualquer envolvimento com o crime. A mulher disse que Baby e Yara chegaram à pensão já informando que atearam fogo em Pamela.
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