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Capital

Morte aumenta preocupação de moradores com focos de dengue

Michel Faustino e Alan Diógenes | 09/05/2015 09:16
Terrenos baldios servem como depósito de lixo e escondem armadilha do mosquito da dengue. (Foto: Fernando Antunes)
Terrenos baldios servem como depósito de lixo e escondem armadilha do mosquito da dengue. (Foto: Fernando Antunes)
Jane disse que prefeitura deveria fazer mutirão da limpeza no bairro. (Foto: Fernando Antunes)
Jane disse que prefeitura deveria fazer mutirão da limpeza no bairro. (Foto: Fernando Antunes)
Rony acredita que próprios moradores poderiam contribuir com limpeza. (Foto: Fernando Antunes)
Rony acredita que próprios moradores poderiam contribuir com limpeza. (Foto: Fernando Antunes)

A grande quantidade de casas fechadas e terrenos baldios, locais considerados propícios para a proliferação do mosquito da dengue, preocupa os moradores do Bairro Monte Castelo. Nesta semana, a professora aposentada Amélia Atsuko Guenka da Silva, 67 anos, que residia no bairro, morreu por conta da doença. Foi o primeiro caso de óbito registrado na Capital. Outros quatro já foram confirmados no Estado e quatro estão sob investigação.

Segundo a esteticista Adelina de Almeida, 57 anos, a notícia da morte de uma pessoa “tão próxima” deixou todos os moradores do bairro em alerta. Adelina reclama ainda da ação de alguns comerciantes que fazem o descarte inadequado do lixo, que acaba se espalhando pelas ruas e terrenos abandonados e se torna mais uma “opção” para o mosquito se proliferar.

“Aqui na região existem muitos restaurantes e infelizmente é comum eles deixaram o lixo mal armazenado e ai espalha resto de marmita e outras embalagens que ficam na rua e acumulam água. Eu mesmo já tive que sair catando lixo por ai”, disse.

Já o auxiliar de enfermagem Rony Fardin da Silva, 54 anos, reclama da falta de limpeza por parte da prefeitura e também do descaso de alguns donos de terrenos, que os deixam em estado de abandono.

“Aqui é complicado, porque raramente a prefeitura vem fazer a limpeza. Fora isso, tem os terrenos que ficam abandonado ai e os donos não estão nem ai. Infelizmente não adianta só a gente fazer a nossa parte, todo mundo tem que contribuir”, disse.

A emprega doméstica Jane Maria dos Santos, 35 anos, acredita que é preciso que todos tenham atenção redobrada e o caso mais recente de óbito confirmado serve como um alerta.

“É uma situação muito difícil, e não é só aqui é na cidade inteira. E todo mundo não cuidas é muito perigoso. Eu acredito que prefeitura deveria aumentar também o trabalho de limpeza até porque agora começou as chuvas”, disse.

Ações - De acordo com o chefe do serviço de controle da dengue do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Alcides Ferreira, as ações no bairro Monte Castelo foram intensificadas após a confirmação de morte.

Segundo ele, na quinta-feira pela manhã, toda a região já foi vistoriada e durante a tarde foi feito o trabalho de fumacê.

Apesar do caso, conforme último LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes aegypti), divulgado em março, a região do Monte Castelo não apresenta alta incidência da doença.

Com base no LIRAa, as ações também foram intensificadas nos bairros: Moreninhas, Itamaracá e Maria Aparecida Pedrossian.

Números - Em 2013, quando o município enfrentou epidemia de dengue, foram 44.657 casos notificados e 12 óbitos. Já em 2014, Campo Grande ficou fora do risco de epidemia, com 4.031 casos notificados e nenhum óbito.

De janeiro até ontem, 19.187 casos foram registrado no Estado, o terceiro maior em cinco anos, só atrás de 2013 (102 mil casos) e 2010 (82,5 mil). Em relação boletim anterior, quando eram 17,4 mil casos, houve aumento de 9,8%. Na última semana foram 2.960 novos casos, quase três vezes o número registrado na mesma semana de 2013, quando o Estado teve a maior epidemia da história.

A doença ganhou força no outono e a situação de epidemia, quando a incidência supera 300 casos para cada grupo de 100 mil, já atinge 49 dos 79 municípios sul-mato-grossenses.

Conforme a SES, a maior incidência foi registrada em Iguatemi, com 1.271 casos, seguido por Sonora (867), Selvíria (332), Itaquiraí (869) e Japorã (249). Campo Grande teve 3.955 pessoas com os sintomas da dengue, como febre, dores de cabeça e nas juntas.

Casas fechadas e terrenos baldios são em grande quantidade no bairro. (Foto: Fernando Antunes)
Casas fechadas e terrenos baldios são em grande quantidade no bairro. (Foto: Fernando Antunes)
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