Morte de policial, considerado amigo e perspicaz , causa comoção
Escolhido a “dedo” para trabalhar na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), em Campo Grande, o investigador Dirceu Rodrigues dos Santos, 38 anos, era uma pessoa perspicaz e companheira. O policial perdeu a vida na noite de ontem (28) enquanto checava uma informação de um roubo de joias avaliadas em R$ 80 mil. Para familiares e amigos, Dirceu morreu fazendo o que gostava.
Centenas de pessoas, pelo menos 500, deram o último adeus ao jovem policial na tarde desta quarta-feira (29) durante o velório realizado em uma capela da Rua Dolor Ferreira de Andrade, em Campo Grande. O movimento era tanto que a polícia precisou interditar a via entre as ruas Rui Barbosa e 13 de Maio.
Taxado pelos amigos como esperto e carismático, Dirceu matinha amizades com policiais de outras corporações, como as polícias Federal, Rodoviária Federal e a Militar. Dezenas desses companheiros compareceram à cerimônia de despedida. Familiares e outros amigos completaram a lista das pessoas presentes.
“Era um homem muito carismático e muito querido. Um bom profissional e uma boa pessoa. Prova de que ele era bem visto por todos é a presença de colegas de outras polícias”, disse o delegado João Reis Belo.
A cunhada do investigador, Grasiela Simões Souza, 30, lembrou que ele amava a profissão de policial. “Ele contou que foi escolhido a dedo para trabalhar na Derf com papeis. Mas ele tinha falado que iria ficar louco mexendo com burocracia porque a paixão dele era trabalhar na rua, investigando”, afirmou.
Em fevereiro, Dirceu completaria oito anos de serviços prestados à Polícia Civil. “Era um policial exemplar. Não tinha hora para trabalhar, era realmente um herói. Às vezes não almoçava e não dormia, tudo porque queria ficar trabalhando. Ele ajudou a resolver vários casos”, contou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Alexandre Barbosa da Silva. “O Estado está de luto”, emendou.
Amigo de Dirceu, o funcionário público Renato Vieira, 38, contou que o investigador era parceiro para todas as horas, inclusive fora do trabalho. “Ele sempre estava pronto para tudo. Era só ligar para ele que ele ia e atendia. Costumávamos ir à fazenda pescar, ficar na cachoeira e outros”, lembrou.
Dirceu foi criado no interior do Estado e veio à Capital ainda adolescente para estudar. “Desde criança ele falava que queria ser policial. Ele veio, batalhou e conseguiu realizar o sonho”, falou a prima Marta Saraiva, 33. “Ele era uma pessoa maravilhosa e companheira”, completou.
Já a amiga Joana Aparecida dos Santos Fabrício, 41, recordou que Dirceu fazia amizades por onde passava. “Ele era extremamente alegre. Você não via ele triste. Onde ele ia cativava as pessoas. Por isso esse monte de gente aqui”, mostrou.
O velório do investigador da Polícia Civil foi marcado por muita comoção. Os pais dele, que moram em uma fazenda em Rio Negro, não participaram da cerimônia porque ficaram muito abalados. No local, além de parentes e amigos, estavam presentes os três irmãos, dois homens e uma mulher.
Dirceu deixa esposa e uma filha de 14 anos.