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Capital

MPE pede prisão de Nando e comparsa por morte em “cemitério clandestino”

A vítima Aparecida Adriana da Costa foi morta em agosto de 2014, segundo a polícia, por Nando, Claudinei Augusto e um adolescente

Geisy Garnes | 04/04/2018 18:51
Na delegacia, Nando confessou as morte, mas na justiça negou os crimes (Foto: Arquivo)
Na delegacia, Nando confessou as morte, mas na justiça negou os crimes (Foto: Arquivo)

O MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) pediu à justiça a prisão preventiva de Luiz Alves Martins Filho, o Nando, pela morte de Aparecida Adriana da Costa, uma das 12 vítimas do serial killer, enterrada em 2014 no cemitério clandestino no Jardim Veraneio, em Campo Grande.

O processo sobre a morte de Aparecida, conhecida como “Malu”, passou a ser analisado pela 2ª Vara do Tribunal do Júri em fevereiro deste ano. Foi o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, o primeiro a pedir à prisão preventiva de Nando e o comparsa Claudinei Augusto Orneles Fernandes, de 25 anos - apontado na participação em pelo menos seis mortes.

Segundo as investigações da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), no dia 2 de agosto de 2014, os dois suspeitos, com a ajuda de um adolescente de 16 anos, atraíram “Malu” para a região do Jardim Veraneio e lá à mataram asfixiada com um correia da máquina de lavar.

À mulher, na época com 37 anos, também foi ferida com golpes de uma barra de ferro e depois de morta, amarrada pelo pés em um carro e arrastada por cerca de 350 metros, até o local em que foi enterrada, na região conhecido por servir de “cemitério clandestino” para o grupo.

Para à polícia, Nando e Claudinei alegaram que a vítima foi morta por cometer furtos contra os moradores do Bairro Danúbio Azul. Já o adolescente afirmou que participou do crime para vingar a morte do irmão, que aconteceu em 2006. Segundo ele, “Malu” estaria envolvida no homicídio.

“Malu” não estava entre à lista de vítimas pelas quais as mortes Nando foi responsabilizado e teve a prisão preventiva decretada. Por isso, um novo pedido de prisão foi feito à justiça.

O caso passou para a promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani, da 19º Promotoria de Justiça de Campo Grande, que enviou ao juiz um adiantamento de denúncia contra os suspeito - por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menores - e no dia 20 do mês passado reforçou a necessidade da prisão da dupla. O pedido agora é analisado pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos.

Também em fevereiro deste ano, um laudo psiquiátrico, assinado pelo médico psiquiatra Rodrigo Abdo, diagnosticou Nando com transtorno da personalidade dissocial grave e transtorno da personalidade paranoica grave, ou seja, psicopatia grave. O laudo, defendeu que o réu era inteiramente capaz de entender o caráter criminoso de cada caso, e por isso deveria continuar “afastado da sociedade”.

Polícia realizou buscas pelo Jardim Veraneio para localizar os corpos (Foto: Arquivo)
Polícia realizou buscas pelo Jardim Veraneio para localizar os corpos (Foto: Arquivo)

Entenda o caso - Toda a investigação envolvendo o grupo chefiado por Nando começou após a morte de Leandro Aparecido Nunes Ferreira, o 'Leleco', assassinado em vingança pela morte de um dos desaparecidos atribuídos ao suspeito no Danúbio Azul.

Segundo a polícia, as vítimas eram atraídas para o Jardim Veraneio, estranguladas e enterradas de ponta cabeça em covas no cemitério clandestino no local. Nando é investigado pela participação em pelo menos 12 mortes.

As vítimas foram identificadas como Jhennifer Lima das Silva, Café, Alemão, Flávio Soares Correia, Bruno Santos da Silva, Ana Cláudia Marques, Lessandro Valdonado de Souza, Alex da Silva dos Santos, Eduardo Dias Lima, Jhennifer Luana Lopes, Daniel Oliveira Barros e Ariel Fernando Garcia Lima Teixeira.

Ainda conforme as investigações, o grupo agiu na por pelo menos 4 anos na região. Eles aliciavam sexualmente adolescentes, se aproveitando das condições de miséria das vítimas, em troca de drogas e ainda se intitulam ‘justiceiros’ afirmando que as mortes aconteciam para ‘vingar’ roubos e furtos na região.

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