MPE rejeita proposta e aguarda até amanhã solução para falta de leitos
O MPE (Ministério Público Estadual) considerou a proposta da Prefeitura de Campo Grande insatisfatória e deu prazo até amanhã para que a gestão municipal apresente uma nova solução para aumentar os leitos hospitalares.
De acordo com assessoria de imprensa do Ministério Público, o prazo dado pela promotora Filomena Aparecida Depólito Fluminhan venceu no último fim de semana.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) propôs a abertura de mais 28 leitos, no entanto, a promotora apontou que a solução foi insatisfatória e espera contraproposta até amanhã. Caso contrário, vai tomar as medidas cabíveis e uma das possibilidades é entrar com ação judicial contra a prefeitura.
A crise na rede pública de saúde, com pacientes internados em pronto-socorro e UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) por mais de 24 horas, fez com que a promotora expedisse recomendação, no dia 15 de agosto, para abertura de novos leitos dentro do prazo de 10 dias. O documento não informou a quantidade, mas fez menção a quantitativo necessários para atender os usuários irregularmente internados.
No último dia 20 de agosto, após reunião com o secretário municipal de Saúde, a promotora esticou o prazo para mais 20 dias. Em 4 de setembro, o titular da Sesau, Jamal Salem, disse ao Campo Grande News que solicitou dilatação do prazo em mais 30 dias.
Até amanhã, o secretário pretende voltar a conversar com a promotora, inclusive com convite para percorrer as unidades hospitalares. No entanto, antecipa que não há como ampliar, a curto prazo, a oferta além dos 28 leitos.
“Não vai acontecer do dia para a noite. Isso acontece há quatro, cinco anos. Não cobravam naquela época, querem cobrar tudo do prefeito Gilmar Olarte, tem que ser mágico para resolver”, afirma Jamal.
Segundo ele, os 28 leitos são no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, sendo dez de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 18 na área amarela, destinados a pacientes com AVC (Acidente Vascular Cerebral) e infarto.
De acordo com o secretário, o plano é aumentar para 52 leitos. “Vinte e oito leitos no HR é muita coisa. Vão ter mais seis no Hospital do Pênfigo, mais seis no Hospital do Câncer, mais 12 na Santa Casa”, enumera. Contudo, não há previsão de quando o restante será ativado.
Jamal afirma que é preciso comprar equipamentos, treinar recursos humanos. Ele comparou o processo a uma gravidez. “A gravidez ocorre e leva nove meses para nascer a criança”.
Outra medida da Sesau foi cobrar do Ministério da Saúde a retomada das obras da Unidade do Trauma, ao lado da Santa Casa. Serão mais 35 leitos, sendo dez de UTI. Até esse ano, seria um hospital, mas acabou “rebaixado” à unidade por não ter estruturas como cozinha e lavanderia.