MPF quer a punição de servidores envolvidos na implantação do Gisa
O MPF (Ministério Público Federal) determinou à Prefeitura Municipal de Campo Grande que adote medidas disciplinares contra os servidores envolvidos na implantação do Sistema Gisa (Gestão de Informação em Saúde). Problemas na instalação do sistema de informatização e marcação de consultas por telefone na rede pública de saúde resultaram em prejuízos de R$ 14,8 milhões aos cofres públicos.
De acordo com o Núcleo de Combate à Corrupção do MPF, o município deveria, pelo menos, instaurar sindicância para apurar responsabilidades pelas irregularidades na implantação do sistema. O prefeito Gilmar Olarte (PP) tem 30 dias para adotar as medidas sob pena de ser acionado na Justiça.
Como o sistema não funcionou, o município precisa devolver os R$ 14,8 milhões repassados pelo Ministério da Saúde. O MPF já ingressou com duas ações na Justiça contra os ex-secretários municipais de Saúde, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Leandro Mazina Martins, o ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), e outros 23 agentes públicos.
Administrativamente, segundo a Procuradoria Regional da República, os servidores podem ser punidos com suspensão, destituição do cargo em comissão e até demissão por improbidade administrativa.
Conforme o MPF, 96,43% dos recursos foram pagos, mas o sistema não funcionou.
Nelsinho, Mandetta e Mazina sempre destacaram que o sistema ficou pronto para ser ativado, mas as administrações seguintes não deram andamento ao projeto para ativar o sistema de marcação de consultas por telefone.