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Capital

MS tem 630 amostras de sangue na 'fila' para teste de zika em SP

Ricardo Campos Jr. | 18/02/2016 16:28

Com uma cota de 20 exames para diagnosticar o zika vírus por semana pelo SUS, Mato Grosso do Sul tem 630 amostras de sangue de casos suspeitos da doença aguardando envio para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, onde o teste é realizado. O limite foi estipulado pela entidade paulista para não sobrecarregar os técnicos e atrasar os resultados, já que é responsável também por atender Mato Grosso.

Débora Ledesma Taira, gerente de biologia médica do Lacen (Laboratório Central) do estado, explica que têm sido feitas triagens para detectar e priorizar os casos mais graves. Há três semanas que, segundo ela, somente o material colhido de gestantes tem sido encaminhado. O restante é congelado e espera uma “vaga” na fila.

Algumas amostras chegam dos postos de saúde sem informações básicas, como a data do início dos sintomas. Em outros casos, alguns dos sinais apresentados pelo paciente não condizem com a infecção pelo zika. Em ambas as situações, o sangue é imediatamente descartado.

Débora garante, por outro lado, que todas as amostras que aguardam o exame serão testadas, já que a partir de março o exame começará a ser feito pelo Lacen e não vão mais depender do Adolfo Lutz.

“Esses vinte exames por mês correspondem a um paliativo. Uma de nossas bioquímicas já foi treinada pelo Instituto Ivandro Chagas para usar os kits. O Ministério da Saúde já mandou materiais para a validação do exame, para que eles sejam adequados à metodologia usada em nosso aparelho e ver se os resultados são fidedignos. Quando o ministério liberar, dizer que estamos fazendo certinho, aí não vamos mais precisar triar as amostras”, explica.

A gerente de biologia do laboratório ressalta que a retenção dos materiais ocorre em razão da recente descoberta da doença e faz parte de um processo semelhante ao de outras doenças. “Com a dengue, os exames já são feitos aqui, mas há muito tempo atrás, quando começou a epidemia, foi da mesma maneira”, pontua.

Segundo ela, a previsão é que o Lacen comece a fazer os testes para o SUS a partir de março. Enquanto isso, laboratórios particulares de Campo Grande já disponibilizam o teste, que chega a custar quase R$ 800 e fica pronto em 10 dias. A procura aumentou tanto que um laboratório na Capital promete mais rapidez no resultado, que poderá ficar pronto em duas horas com custo previsto entre R$ 250 e R$ 280.

A realização dos exames em Mato Grosso do Sul aliada à notificação obrigatória da doença, conforme estabeleceu hoje o Ministério da Saúde, ajudará a traçar um panorama mais concreto da infecção do zika vírus.

Conforme o secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Nelson Tavares, aproximadamente 80% dos casos de zika são notificados no estado, o que leva a crer que o número de infectados seja bem maior.

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