Mudança de nome de rua após 40 anos é confusão e prejuízo no Bela Vista
A mudança do nome da rua foi oficializada em 6 de setembro de 2019 e agora as placas são trocadas
Morar na rua que de um lado se chama Dona Joana e do outro Alfredo Zamlutti tem trazido mais do que a confusão momentânea neste período de atualização das placas. Segundo moradores do Jardim Bela Vista, em Campo Grande, a mudança depois de quatro décadas também trouxe gastos para atualizar o endereço. Eles também reclamam que não foram consultados sobre a troca de nomenclatura.
A advogada Renata Barbosa Lacerda, 50 anos, afirma que teve gasto superior a R$ 13 mil para regularizar o endereço do seu escritório, há oito anos localizado na Rua Dona Joana. Ela precisou alterar cadastro na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e alterar dados no material de divulgação do escritório.
O pecuarista Antônio João de Almeida, 69 anos, reclama que os moradores não foram consultados e que Dona Joana era homenagem à moradora antiga. Ele reside no local há 20 anos. “Pessoas vão mandar correspondências com nome antigo e quando eu regularizar os documentos, vai dar incongruência. Os próprios Correios foram certificados só agora”, diz.
A mudança do nome da rua foi oficializada em 6 de setembro de 2019, com a publicação no Diário Oficial de Campo Grande. Na ocasião, o presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha, promulgou a Lei 6.272, que alterou para Alfredo Zamlutti a denominação da Rua Dona Joana.
O projeto, de autoria do vereador Willlian Maksoud, destacou a trajetória do homenageado, que é corumbaense , fundou o Rotary na cidade e expoente do setor comercial.
“O presente Projeto de Lei tem por objetivo alterar a denominação da Rua Dona Joana para Alfredo Zamlutti e prestar justa homenagem à família e a memória deste ilustre empresário, como reconhecimento aos relevantes serviços prestados a sociedade campo-grandense”, informa o parlamentar na justificativa. O homenageado morreu em 1989 e também dá nome à ponte sobre o rio Miranda.
A reportagem questionou o vereador sobre as reclamações dos moradores, mas não houve retorno até à publicação da matéria.
Lei de 2014, com normas para denominação e alteração de nome de logradouros, previa aprovação de 2/3 dos moradores de uma via para que qualquer alteração de nome fosse feita, mas passou por alteração no ano passado.