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Capital

Mulher presa em jaula chama atenção para campanha contra tráfico de pessoas

Em outra encenação, mulher está deitada na maca passando a informação de que tinha vendido o rim

Izabela Cavalcanti e Idaicy Solano | 29/07/2023 13:08
Mulher presa em jaula chama atenção para campanha contra tráfico de pessoas
Mulher dentro de jaula na Avenida Afonso Pena, passando mensagem sobre tráfico de pessoas (Foto: Idaicy Solano)

Na manhã deste sábado (29), uma mulher presa na jaula chamou a atenção de quem passava pelo Centro de Campo Grande. A encenação é em alusão ao Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, comemorado amanhã (30).

Enquanto a mulher está na jaula, que contém código de barras, um homem segura cartaz escrito “vendo pessoas”. Quem passa pela Avenida Afonso Pena esquina com Rua 14 de Julho, não consegue não olhar.

Além disso, outras pessoas também seguram cartazes. Em outra encenação, uma mulher está deitada na maca passando a informação de que tinha vendido o rim para sustentar a família.

A ação é em parceria com o Cetrap/MS (Comitê de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Mato Grosso do Sul); Nudedh (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul); MPT-24ª Região (Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul); e a OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul).

Os dois atores fazem parte do Jocum (Jovens com uma missão). O coordenador da instituição religiosa, Alexandre Corrêa Ramos, acredita que a ação mostra a importância da vida.

“A importância é o ser humano, porque as pessoas são mais importantes do que coisas. É importante o valor, o princípio, que é o amor ao próximo”, pontuou.

Dando continuidade ao protesto, no domingo (30), os integrantes do grupo estarão no Aeroporto Internacional de Campo Grande e na Rodoviária de Campo Grande.

Mulher presa em jaula chama atenção para campanha contra tráfico de pessoas
Mulher deitada na maca passa mensagem de que vendeu o rim para sustentar a família; encenação ocorre na Rua 14 de Julho esquina com a Rua Barão do Rio Branco

Vítimas – Durante evento realizado na sexta-feira (28), em Campo Grande, a coordenadora dos Direitos Humanos da Secretaria de Justiça e Cidadania do Paraná, Silvia Cristina Xavier, explicou que o crime rende, anualmente, US$ 32 bilhões no mundo.

Segundo ela, muitas vezes os envolvidos não enxergam que estão sendo explorados, o que contribui ainda mais para as ocorrências.

A coordenadora atua no estado do Paraná, que divide limites com Mato Grosso do Sul e que também faz fronteira com o Paraguai. Ela exemplificou uma situação em que adolescentes foram inscritos em escola de futebol que não possuía registro e que estava em situação análoga à de tráfico de pessoas.

Entretanto, os pais chegaram a pedir que não se fiscalizasse, por acreditarem ser a única forma de sustento da família o desempenho dos filhos no âmbito esportivo.

Segundo dados mais recentes do Ministério do Trabalho, Bela Vista - na fronteira com o Paraguai - é o município com maior origem de trabalhadores vítimas de tráfico de pessoas para fins de exploração de trabalho análogo ao de escravo. Foram 36 casos identificados, à frente de Antônio João (11), também na fronteira; Dourados (11), na região sul do Estado; Porto Murtinho (4) e Coronel Sapucaia (3), todos com limites em relação ao território paraguaio.

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Mulher presa em jaula chama atenção para campanha contra tráfico de pessoas
Homem representa trabalho escravo, na Rua 14 de Julho esquina com a Barão do Rio Branco (Foto: Idaicy Solano)


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