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Capital

Mulher que comia restos pede ajuda em igreja para fugir de "escravidão"

À polícia, a vítima disse que veio trazida "à força" de Minas Gerais e vivia com uma idosa de 70 anos

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 23/03/2021 07:47
Mulher segue abrigada na Casa da Mulher Brasileira (Foto: Henrique Kawaminami) 
Mulher segue abrigada na Casa da Mulher Brasileira (Foto: Henrique Kawaminami)

Uma mulher, que não teve a identidade revelada, pediu ajuda na igreja e conseguiu fugir da casa onde diz que era mantida como escrava, comendo restos de comida. Ela foi levada para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Conforme boletim de ocorrência, a mulher foi trazida de Mateus Lemes, interior Minas Gerais, por uma idosa de 70 anos, há nove meses. A vítima relatou à polícia que fazia todo o serviço da casa sem receber qualquer remuneração, alimentava-se apenas de sobras de comida e era proibida de manter qualquer contato com a família. Todos os números do seu celular foram apagados.

A vítima alegou ainda que foi trazida "à força" da cidade onde vivia e para poder escapar, foi a uma igreja, onde conseguiu pedir ajuda a um casal, que a levou para a Casa da Mulher Brasileira, onde continua abrigada. Ela disse que quer voltar para a casa de sua mãe.

Em contato com a mãe da vítima em Mateus Lemes, a mulher disse que a filha foi levada há aproximadamente 9 meses, desde então não conseguiu mais contato, desconfiava que ela estava com a idosa, mas não tinha certeza.

Na data do desaparecimento, contou a mãe, a filha havia ido passear na casa de parentes da idosa. Depois, eles só passaram na casa dela para pegar as roupas da vítima, mas não lhe deram nenhuma satisfação.

Segundo a mãe, a filha tem um grau de deficiência mental e não tem condições financeiras de vir buscá-la. A polícia fez buscas no endereço onde ela estava, no Jardim Tijuca, mas não conseguiu encontrar os suspeitos. O caso segue sob investigação da Deam.

Nesta manhã, a reportagem esteve na casa indicada pela vítima à polícia. Lá, a informação é de que o imóvel é alugado e os donos, um casal de idosos, vivem em Minas Gerais.

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