Mulher que instigou ex a matar dono de lava a jato é indiciada por latrocínio
Crime aconteceu na manhã do dia 27 de maio, no lava a jato que pertencia a vítima, na Avenida das Bandeiras
A Polícia Civil indiciou Nayara Aparecida Garcia da Silva pelo crime de latrocínio, roubo seguido de morte. Investigação apontou que ela instigou o ex-marido, Joe Magnun Arce de Souza, a matar o empresário Luiz da Conceição Tierre, 36, para furtar R$ 60 mil. O crime aconteceu em frente ao lava-jato da Avenida das Bandeiras, em Campo Grande, no dia 27 de maio. No momento, o eletricista Adriano Medeiros Pereira, 33 anos, passava de motocicleta e morreu ao ser atingido por uma bala perdida.
As apurações levantaram que Nayara era amante de Tierre e após o crime, ainda no lava-jato, pegou uma bolsa com a quantia referente a agiotagem e venda de um imóvel. "Instigou o seu ex-convivente a praticar o crime com a finalidade de após a morte subtrair os valores", informou a polícia.
A 5ª Delegacia de Polícia Civil concluiu o inquérito. Joe foi indiciado por duplo homicídio qualificado e está preso. Já Nayara, além do latrocínio, também responde por porte irregular de arma de fogo e corrupção de menor, por envolver os filhos menores no crime. Ela está solta.
Apesar da Polícia Civil entender que Nayara é a "cabeça" do plano, nesta terça-feira (12), o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia contra ela na Justiça apenas pelos crimes de furto (por ter levado do local a arma que pertencia a Tierre), porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menor.
Investigação - No dia do homicídio, ao ser questionada pelos policiais, Nayara afirmou não conhecer o atirador, com quem conviveu por nove anos, inclusive tendo em comum uma filha de 8. Outra questão que levantou suspeita da polícia foi que o filho de Nayara, de 14 anos, escondeu a arma que ela chegou a pegar no dia do crime e que aparece nas imagens da câmera de segurança, uma pistola 380 que pertencia a Tierre.
O adolescente também mentiu, em depoimento, sobre conhecer Joe. Depois, alegou que mentiu e escondeu a arma a pedido da mãe.
A polícia descobriu que na noite que antecedeu o crime, Nayara dormiu com a vítima no lava-jato, enquanto Joe dormiu na casa da mulher onde estava o filho dela, de 14 anos. Outra informação, repassada aos policias por testemunhas, foi de que no dia anterior à morte de Tierre, Nayara saiu pela manhã do estabelecimento e retornou apenas à noite, não cumprindo a jornada de trabalho. Ela justificou a ausência dizendo que havia saído para resolver pendências referente a uma herança.
Indagada novamente na delegacia, Nayara confirmou ter ordenado ao filho que retirasse a arma de fogo do lava-jato e levasse para a sua casa. Porém, referente ao dinheiro, ela sustentou ter entregue, na sua totalidade, a outra funcionária, que ao ser ouvida na delegacia, negou. A testemunha disse que recebeu a bolsa, que pertencia a Tierre, mas com a quantia de apenas R$ 340.
Em depoimento na 5ª Delegacia de Polícia Civil, Joe disse que matou Tierre porque era humilhado e ameaçado de morte pelo empresário. Joe foi preso no dia 28 de junho, em uma chácara de familiares de Nayara, dentro do balneário Atlântico. A arma utilizada no duplo homicídio, um revólver calibre 38, também foi apreendida na ocasião.
Uma cópia integral do inquérito policial foi encaminhada à Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) para apurar a participação do menor nos fatos.
*Matéria alterada para acréscimo de informação às 17h55.