Mulher que matou homem a pauladas diz que agiu "por medo"

Silvana Gonçalves dos Santos, de 49 anos, é julgada nesta quinta-feira (10) pelo crime de homicídio qualificado. A vítima, conhecida como Enéias, nunca foi identificada civilmente e não tinha endereço fixo. O homem foi acusado de furto e morto a pauladas por duas mulheres, no Jardim Campo Alto, no dia 13 de janeiro de 2016. A outra acusada, Silvana de Paula, morreu meses após o crime.

Perante o juiz Carlos Alberto Garcete, a mulher contou que conheceu Enéias na região do Campo Alto. Ele não tinha casa própria, mas sempre era encontrado na residência de um idoso, que costumava receber pessoas para beber. "Ele parava na casa desse senhor, onde a Silvana (de Paula) ficava. A gente ia lá, beber, conversar", conta a ré.

Após conhecê-lo, Silvana Gonçalves diz que passou a ajudar Enéias. "Ele ia na minha casa, eu dava comida, mas depois de um tempo tentou me violentar, me bater", alega. Na data do crime, ela tinha ingerido bebidas alcoólicas e afirmou que deu falta de alguns pertences em casa. "Quando encontrei, pedi para devolver e ele respondeu que não pegou".

A mulher então se apossou de um pedaço de madeira e começou a bater na vítima. "A Silvana (de Paula) chegou, pegou o pau da minha mão e bateu mais nele", conta. Enéias foi socorrido, mas não resistiu e morreu três dias depois.

Silvana confessa que bateu na vítima, mas não tinha a intenção de matar. "Você tentar ajudar e a pessoa fazer isso", fala ela sobre o suposto furto. Silvana disse que depois que soube da morte de Enéias ficou arrependida e com medo. Ela é julgada por homicídio qualificado por motivo torpe. O resultado do júri deve sair ainda na tarde desta quinta-feira.