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Capital

Mulheres passam a procurar ajuda na primeira ameaça, revela Casa da Mulher

O perfil das denúncias mudou; Há três anos as vítimas chegavam machucadas para receber o atendimento

Danielle Valentim e Bruna Kaspary | 01/02/2018 11:13
"A casa da Mulher deu segurança para as mulheres de Campo Grande”, disse Tai Loschi. (Foto: André Bittar)
"A casa da Mulher deu segurança para as mulheres de Campo Grande”, disse Tai Loschi. (Foto: André Bittar)

A Casa da Mulher Brasileira completa três anos de inauguração no próximo sábado (3) e comprova em números que a campo-grandense está se sentindo mais segura e informada. Balanço da unidade, aponta que os perfil das denúncias mudou, pois as vítimas que chegavam gravemente feridas, agora procuram auxílio na primeira ameaça.

A coordenadora geral da casa, Tai Loschi, informou em coletiva nesta quinta-feira, 1º de fevereiro, que nesses três anos foram feitos 34.631 atendimentos na recepção e, deste total, 179.877 resultaram em encaminhamentos dos serviços nos setores integrados da casa.

Embora os casos de tentativa de feminicídio tenham subido, Tai pontua que o perfil das vítimas evoluiu positivamente deste a chegada da Casa. As mulheres estão mais seguras.

“Quando inaugurou a casa, as mulheres que chegavam aqui estavam sempre muito machucadas, agora só com a ameaça elas já vêm para cá. A casa da Mulher deu segurança para as mulheres de Campo Grande”, disse.

A subsecretária de políticas públicas para mulheres, Carla Stephanini, complementou sobre a dificuldade que a unidade enfrentava para solucionar os problemas.

“Antes cada situação, que aparecia, tinha que ser solucionado em instituições diferentes. Agora é tudo centralizado na casa, ou seja, se eu preciso ir no juizado só vou no próximo bloco. É fundamental que a vítima perceba que está em uma situação de perigo e que há a necessidade de procurar ajuda”, disse.

A delegada titular da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) Ariene Nazareth Murad de Souza disse que houve aumento de 124% nos registros de boletins de ocorrência, levando em conta os casos de três anos antes da chegada da casa e dos últimos três depois da inauguração da casa.

A titular pontua que o crime mais comum é a agressão verbal, que inclui difamação, injúria e ameaças. A delegada informou que todos os feminicídios na Capital foram solucionados e os autores presos e, que apesar, de as tentativas de feminicídio terem subido, os crimes consumados reduziram.

Ariene ressaltou, que o ciclo da violência se inicia na agressão verbal, e que de um total geral dos crimes, em 2015 foram - 6.195 registros, em 2016 - 7.237, e em 2017 - 7.326. A Polícia Civil ainda não informou a quantidade feminicídios nos três anos.

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