Mulheres pedem respeito e falam em união para lutar pela paridade
Em encontra nacional mulheres destacaram dificuldades que enfrentam na rotina de uma sociedade machista
As palestrantes do Congresso Nacional Mulheres pela Paridade deram depoimentos fortes nesta sexta-feira (4). O evento realizado no Bioparque Pantanal promoveu o “Diálogos pela Equidade” com a presença de mulheres com cargo político.
A prefeita Adriane Lopes (PP) destacou os dias de desafio que tem enfrentado como primeira mulher a ocupar o Paço Municipal. “Tenho desbravado caminhos. Tem dia que tenho vontade de voltar para casa. Mas eu continuo firme e prego a paridade por onde eu passo”.
Dos 34 cargos de lideranças da Prefeitura de Campo Grande, 24 são ocupados por mulheres. “Temos que sair do discurso e avançar para as práticas. Não será fácil, mas se posicionem e exijam respeito. Eu tenho que provar todos os dias que sou capaz”, acrescentou a prefeita.
Para a ministra do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Maria Claudia Bucchianeri, disse que o telhado das mulheres é de cristal. “Por que até nisso, nas histórias, colocaram um sapato para que a gente coubesse. Não vamos aceitar o que já está tão naturalizado. O confronto é permitido”, ressaltou.
Com apenas 18% do Congresso Nacional composto por mulheres, a ministra relembrou que 53% do eleitorado é feminino. “Metade das casas legislativas tem uma ou nenhuma mulher. E mais de mil municípios do país não existe uma cadeira ocupada por uma mulher. Há algo de muito errado acontecendo”.
A deputada estadual Mara Caseiro (PSDB) disse ainda que após 45 anos de Estado, apenas 11 mulheres foram eleitas deputadas estaduais. “Eu comecei a disputar eleição em 1992 e levo muitos traumas comigo. Tinha gente que falava, vai cuidar dos dentinhos, esquece isso de política”, lamentou.
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