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Capital

Na Capital, profissionais da Enfermagem protestam em defesa ao piso salarial

A próxima ação, ainda sem data definida, está prevista para acontecer na Santa Casa de Campo Grande

Izabela Cavalcanti | 09/09/2022 11:38
Profissionais da Enfermagem prostestam para manter piso salarial (Foto: Marcos Maluf)
Profissionais da Enfermagem prostestam para manter piso salarial (Foto: Marcos Maluf)

Profissionais da Enfermagem estão protestando na manhã desta sexta-feira (9), a favor do piso salarial. A concentração nacional começou às 10h, na Praça do Rádio Clube (Avenida Afonso Pena), e segue até às 14h30. No local, cerca de 100 pessoas estavam vestidas de preto e branco.

A programação será realizada até o dia 16 de setembro, quando se encerra o julgamento da decisão que suspendeu o reajuste salarial da categoria.

A próxima ação, ainda sem data definida, está prevista para acontecer na Santa Casa de Campo Grande.

Para o presidente do Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Lázaro Santana, o movimento é para abrir os olhos das autoridades para que votem à favor.

“Nós esperamos alcançar essa mobilização a nível nacional, para que ela chegue até os demais ministros Eu entendo que a categoria está muito mais unida hoje em dia, lutando por um projeto que vai ser aprovado, hoje nós temos uma lei que já existe. Estamos conseguindo mobilizar praticamente todo o Estado. Não só Campo Grande e outros municípios também estão fazendo essa mesma mobilização”, destaca.

Santana ressalta ainda que a categoria não tem qualidade de vida e está abandonada. “Falta mais olhar para a categoria. Hoje nós não temos qualidade de vida. São mulheres que tem dupla, tripla jornada. O que nós temos, na verdade, é uma sobrecarga de trabalho, temos salário muito baixo e para compensar nós temos que ter um segundo vínculo”, dispara.

Esse é o caso da Técnica de Enfermagem, Micchelle Coutinho, de 40 anos. Ela trabalha em Home Care, e para conseguir ter um salário digno para ajudar a sustentar a família, precisa ter pelo menos três pacientes.

“Isso aqui é nossa luta pela qualidade de vida. As vezes ficamos doente e temos que ir trabalhar mesmo assim, porque não tem quem substitua. Só durma uma noite em casa, tenho criança pequena, não tenho qualidade de vida”, lamenta.

No local, tem caixão e cadeira de roda, representando a morte da classe (Foto: Marcos Maluf)
No local, tem caixão e cadeira de roda, representando a morte da classe (Foto: Marcos Maluf)

Outro caso é o da Alice Vilalva de Oliveira, de 54 anos, que precisa ter tripla jornada para conseguir ter salário de mais de R$ 2 mil.

“Pego plantão, faço home care, pego o que for para poder dar conta de tudo. Nós esperamos que nosso piso seja aprovado, porque perdemos colegas na pandemia, lutamos muito e agora fala que nós não temos direito. E o salário desses ministros está bem gordo. Nós vamos conseguir”, diz confiante.

Entenda - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luis Roberto Barroso suspendeu, no dia 4 de agosto, a Lei n° 14.434/2022 do novo piso salarial para a categoria, dando o prazo de 60 dias para que entidades públicas e privadas apontem o impacto financeiro, os riscos de demissões e eventual queda na qualidade do serviço.

Os Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem entraram com ação para derrubar a Medida Cautelar do ministro do STF.

A lei estabelece que enfermeiros devem receber, no mínimo, R$ 4.750 por mês. Técnicos de enfermagem devem receber, ao menos, 75% disso (R$ 3.325). Já auxiliares de enfermagem e parteiras têm de receber, pelo menos, 50% desse valor (R$ 2.375). O novo valor deveria ser pago já em setembro.

Nesta sexta-feira, o STF começou a julgar a suspensão da Lei. A decisão será levada para análise dos demais ministros do Supremo.

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