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Capital

Nas redes sociais, “Maníaco do Parque” oferecia serviços em domicílio

José Carlos de Santana Júnior fazia lavagem de carros e carpetes, assim como limpeza de estofados

Por Ana Paula Chuva | 03/10/2023 13:19


Preso novamente na tarde desta segunda-feira (2), José Carlos de Santana Júnior, 37 anos, conhecido como “Maníaco do Parque das Nações Indígenas”, que abusava sexualmente de mulheres em 2007, oferecia atendimento a domicílio em suas redes sociais para lavagem de veículos e carpetes, além de limpeza de estofados. O homem estava solto desde 2021.

Se identificando como Júnior Santana, o homem foi alvo de mandado de prisão pelo crime de estupro. Ele estava trabalhando com motorista de aplicativo desde que foi solto e foi encontrado por volta das 14h de ontem durante a Operação Incubus, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Júnior mantinha um perfil no Instagram onde oferecia atendimentos a domicílio para lavagem de veículos, carpetes e limpeza de estofados. As postagens no perfil começaram em maio deste ano e em vídeos o suspeito de estuprar mais quatro mulheres mostrava a rotina de trabalho.

Em um dos vídeos postados no perfil, Júnior mostra um dos trabalhos feitos, “Bom dia, bom dia, eu quando pego um carro, pego assim, tem pelo de cachorro que impregna o carpete. Boa tarde, quando começa o vídeo está todo bonitinho e quando termina está todo descabelado. Banco de couro hidratado e higienizado”, diz o homem.

Já em outra postagem, o homem é filmado por alguém enquanto lava um carro. Na gravação uma mensagem sobre oração, fé e promessa é declamada e na legenda Júnior escreveu "Oração: orar + ação! Fé! Conhecimento! Prática! Repetição! Acredito ser essa a fórmula do sucesso".

Ontem, durante o cumprimento de mandado de prisão preventiva, Júnior também foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Na casa do pai do suspeito, os policiais encontraram uma carabina de pressão adulterada para disparos de calibre 22. No local também foram apreendidas munições. Sobre o armamento, não seria dele e desconhecia a origem.

Serviços eram oferecidos no perfil de Junior Santana (Foto: Reprodução | Instagram)
Serviços eram oferecidos no perfil de Junior Santana (Foto: Reprodução | Instagram)

Prisão – José Carlos foi preso por policiais da Deam, nesta segunda-feira (2), em frente ao Detran. Antes de ser capturado, as equipes foram até um lava a jato de Terenos, onde o carro utilizado nos crimes estava. O veículo foi apreendido e será periciado.

Sem medo de ser identificado, o maníaco não se preocupava em esconder vestígios do crime. “Ele não se preocupava em esconder a identidade dele, tanto é que no momento da prisão, ele utilizava a mesma camiseta que usou em um dos crimes. A roupa tinha uma logo do lava a jato onde o carro foi encontrado”, revelou a delegada titular da Deam, Elaine Benicasa.

Na delegacia, após ser preso, questionado sobre os crimes, o maníaco revelou para as delegadas que não se controlava e não sabia porque cometia os crimes. No momento em que estava detido na cela, ele ficava orando. Até o momento, não se sabe se passageiras foram vítimas do homem.

Júnior Santana no momento em que foi preso na tarde de segunda-feira (Foto: Divulgação | PCMS)
Júnior Santana no momento em que foi preso na tarde de segunda-feira (Foto: Divulgação | PCMS)

Reincidente - Em 2007, pelo menos 10 mulheres foram vítimas do maníaco, que agia na região do Bairro Chácara Cachoeira. Em um dos casos, atacou mulher que caminhava sozinha no Parque das Nações. Preso, foi condenado e sentenciado a pena de 34 anos, em regime fechado, cumprindo no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).

Com a progressão do regime, há dois anos foi liberado e, recentemente, voltou a atacar. Após diligências das equipes da Deam, o suspeito de estuprar mulheres recentemente foi preso. Contra ele havia um mandado de prisão em aberto, expedido pelo Poder Judiciário. Santana foi preso no dia 15 de junho de 2007 em operação da Interpol em conjunto com a Polícia Civil.

Ele também era procurado pela polícia da Espanha, acusado de estuprar duas meninas. O rapaz foi reconhecido pelas vítimas pelo tênis vermelho. Três meses depois de ser descoberto, ele fugiu para Campo Grande e, à época, estava escondido em uma casa no bairro Maria Aparecida Pedrossian. Ele é filho de policial militar.

Par de calçado vermelho que levou a identificação de estuprador em 2007 (Foto: Arquivo)
Par de calçado vermelho que levou a identificação de estuprador em 2007 (Foto: Arquivo)

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