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Capital

No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi

Movimentação é distribuída durante todo o dia, mas teve pico durante o início da manhã

Natália Olliver e Mylena Fraiha | 14/05/2023 14:17
No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi
Letreiro colocado em homenagens às mães no Memorial Park, em Campo Grande (Foto: Juliano Almeida)

Pequenas no tamanho, mas enormes no significado, as palavras: amor, mãe, saudade, além de enfeitar o gramado do Cemitério Memorial Park, traduzem os sentimentos de muitos filhos neste domingo (14). Eles se apegam à visita aos cemitérios como forma de relembrar carinho de quem já se foi fisicamente, mas se eternizou na memória.

A movimentação é distribuída durante todo o dia na Capital, mas teve pico durante o início da manhã. No cemitério Municipal Santo Amaro a expectativa é de que o local receba quase 2 mil pessoas ao longo do dia. No cemitério Memorial Park, as visitas também foram intensas durante o primeiro período do dia, com 500 pessoas prestando homenagens às mães que partiram.

No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi
Regina Gorete lamenta perda da mãe e relembra momentos (Foto: Juliano Almeida)

Filhos se emocionaram ao relembrar a ausência recente das mães. “Esse é meu segundo ano sem ela. Minha mãe era paz, muito ativa, amava meu filho, que era o melhor amiga dela. As lembranças são muito boas”, disse Regina Gorete de Souza Martins de Santos, 52 anos, sobre a mãe, Idália Oliveira de Souza.

Ela é a caçula de 10 filhos, de acordo com a nutricionista, os filhos e netos visitam o túmulo da mãe sempre que possível. O filho de Regina, Pedro Henrique de Souza Martins dos Santos, de 25 anos, acompanha a mãe na visita para se sentir próximo da avó.

No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi
Pedro acompanha mãe na visita a avô, falecida há dois anos (Foto: Juliano Almeida)

"É um momento que mais me sinto próximo, a gente não consegue ir todos os dias como quando ela estava viva, mas isso dá conforto pro coração. Eu tento amar minha mãe da mesma forma que ela amou muito a mãe dela”.

Alessandra Caroline Campos de Freitas, de 38 anos, é sargento do Exército e conta como a mãe, Kátia Regina, estava em vida.

“Ela não está mais com a gente há 1 ano e 3 meses. Estar aqui é uma forma de tentar se aproximar, matar a saudade. Vim trazer uma flor. Ela era bem alegre, presente, sempre fazia questão de estar junto, era de visita, participava de tudo. Tenho uma memória tão boa dela”.

No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi

Saudade - No cemitério Santo Amaro a saudade não é da mãe, mas da filha. Yara Aparecida Fernandes de Souza, de 21 anos, perdeu a pequena Maria Luísa, de maneira prematura, em outubro de 2022. A menina era a segunda filha de Yara, que espera o seu terceiro bebê, que já tem o nome escolhido, Lorena.

“Vim trazer flores para minha filha, que partiu dia 18 de outubro. Nasceu prematura extrema, ficou 18 dias na UTI, pegou uma infecção e não resistiu. É triste”, disse Yara emocionada.

No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi
Sebastião não deixa de visitar família em datas comemorativas (Foto: Juliano Almeida)

Com 61 anos e com uma vida cheia de perdas, Sebastião Francisco dos Santos, comentou que além da mãe já perdeu a esposa, vítima da Covid-19, a sogra e dois filhos e que vista todos.

“Venho visitar minha mãe todo ano. Ela é a coisa mais importante da vida da gente, viva ou morta o sentimento é o mesmo, o coração é o mesmo e o sofrimento também”.

Homenagens - Singelas e significativas, as formas de homenagem às mães neste domingo foram leves como o vento. No Memorial Park a programação contou com missa, música e bilhetes para serem amarrados nas árvores.

No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi
Bilhetes de familiares amarrados nas árvores no Memorial Park (Foto: Juliano Almeida)

Fernanda Ferreira Picinin, de 32, administradora do local, contou ao Campo Grande News que a ideia é que o recado, escrito à mão pelos familiares seja colocado próximo ao túmulo do ente querido. “Nós fizemos cerca de 200 lembrancinhas, umas tags com a palavra mãe para os familiares escreverem uma frase e pendurarem nas árvores. A caixinha tem mensagem específica para mãe e um sabonete”.

Valmir dos Santos Júnior, 26, cerimonialista, ressaltou que a escolha das palavras: amor, mãe e saudade sintetizam muito o sentimento neste dia. “O horário da manhã foi bem cheio, várias pessoas vieram lembrar da mãe, das pessoas importantes que tiveram na vida. Pessoal tem gostado do que programamos”.

No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi
Familiares deixam flores nos túmulos de quem partiu (Foto: Juliano Almeida)

No Parque das Primaveras o cenário também foi de muitas visitas nas primeiras horas da manhã. A administração comentou que não conseguiu contabilizar quantas pessoas estiveram no local, mas que o fluxo foi intenso das 8h às 10h30. Durante à tarde o movimento volta a crescer próximo às 15h.

Venda de flores - Quem não conseguiu se programar para levar flores também pode comprar em frente aos cemitérios da Capital. Ao Campo Grande News, a vendedora ambulante Eliane Pereira, de 52 anos, contou que o movimento não foi o que esperava.

No Dia das Mães, visita a cemitério é forma de relembrar carinho de quem já foi
Eliane Pereira vende flores há 40 anos em frente ao Cemitaério Santo Amaro (Foto: Jualiano Almeida)

“Eu faço vendas aqui desde os meus treze anos. O negócio passa de geração pra geração. A expectativa era ser o movimento melhor, mas ao longo dos anos vai diminuindo o número de vendas. Parece que as pessoas estão esquecendo seus entes queridos ", pontuou.

Ela vende flores em datas como esta, há 40 anos, em frente ao Cemitério Santo Amaro.

Rita Maria, de 41 anos, também é vendedora no local. Para ela de manhã o fluxo foi mediano. “Ontem estava melhor que hoje. Desde a pandemia a venda está ruim mesmo. Vendíamos várias antigamente. A gente já chegou a comprar muito vaso pra fazer arranjo e não está vendendo. Eu estou aqui desde cedo e com as mesmas rosas”.

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