No hospital referência, enfermagem teme déficit e falta de material de protecão
“Existe material, mas não vai durar muito tempo”, afirma diretor do Conselho de Enfermagem
![Montagem de tenda, ontem, em frente ao Hospital Regional Rosa Pedrossian, referência para coronavírus. (Foto: Kisie Ainoã)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2020/03/23/19ibkh47pbbt6.jpg)
Na linha de frente do atendimento de pacientes com novo coronavírus (Covid-19), a enfermagem do HR(Hospital Regional) Rosa Pedrossian, unidade de referência para tratamento da doença, se preocupa com a falta de material de proteção e com um cenário velho conhecido: déficit de profissionais.
De acordo com o diretor-presidente do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem), Sebastião Júnior Henrique Duarte, o setor de costura confecciona máscaras de tecido e TNT para os profissionais.
“O hospital está se adequando às recomendações do Ministério da Saúde. Existe material, mas não vai durar muito tempo e o Estado está se mobilizando para conseguir mais materiais. O grande problema é não ter onde comprar. Até instituições privadas não estão encontrando”, afirma Sebastião Júnior.
Segundo ele, o HU (Hospital Universitário) de Campo Grande também produz máscaras de tecido. “Mas não é recomendada para quem está em contato direto”, diz o presidente do Coren.
Conforme o conselho, o déficit na enfermagem do HR é discutida na Justiça por meio de ação civil pública. Já foram chamados 50 enfermeiros e aberto processo seletivo para 40 técnicos de enfermagem. “Mas precisava , no mínimo, de 100 técnicos porque o déficit é de 197 profissionais”, afirma Sebastião Júnior.
No sábado, o Comitê de Emergência do Hospital Regional lançou campanha em busca de doação de materiais de trabalho: máscaras, luvas e óculos de proteção. O HR tem 350 enfermeiros e cerca de 500 técnicos de enfermagem.
Ainda no fim de semana, o governo divulgou ontem (dia 22) que não falta material no Hospital Regional Rosa Pedrossian e detalhou quantitativos de equipamentos de proteção individual comprados.
Contudo, na mesma nota, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) confirmou que há campanha de estímulo para doação de máscaras N95, luvas de procedimento (P, M e G), touca descartável, aviamentos (linha, punho para avental, elástico tipo cordão de 205 mm, tecidos (TNT gramatura 80, tricoline, napa), arame de amarração (gravatinha) e fraldas para adulto. As doações podem ser entregues no quartéis do Corpo de Bombeiros, em Campo Grande.
Localizado no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, o HR transferiu pacientes e montou tenda no estacionamento para atender casos de Covid-19.
Mato Grosso do Sul começou a segunda-feira com 21 casos confirmados de coronavírus. No dia 14 de março, eram dois pacientes com teste positivo em Campo Grande. Desde a semana passada, há o clamor do isolamento social para que as pessoas fiquem em casa. A estratégia tenta conter a curva de crescimento de casos.