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Capital

No maior parque da cidade, motel a céu aberto, 300 capivaras e esportes

Aline dos Santos | 18/02/2016 10:47
Parque das Nações Indígenas é o maior de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Parque das Nações Indígenas é o maior de Campo Grande. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo o tenente Francisco Rogeliano, monitoramento por câmeras flagra, principalmente, ato libidinoso. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo o tenente Francisco Rogeliano, monitoramento por câmeras flagra, principalmente, ato libidinoso. (Foto: Marcos Ermínio)

O maior, mais frequentado, mais amado e o único monitorado por câmeras em Campo Grande. Os atributos são do Parque das Nações Indígenas, que contabiliza 119 hectares, média de sete mil visitantes ao sábados, o amor dos frequentadores e dez câmeras em funcionamento. O 'Big Brother' revela que o parque faz às vezes de motel ao ar livre e, até a vigilância eletrônica se tornar conhecida, foi ponto assíduo de amores de ocasião.

As câmeras mostram que o horário mais procurado para atos libidinosos era na hora do almoço. Nesta modalidade de ocorrência, a PM (Polícia Militar), que tem base no parque, desloca uma equipe.

De acordo com o tenente Francisco Rogeliano, o videomonitoramento também reduziu as pichações e uso de entorpecente nas dependências do parque. Há câmera que alcança ruas no entorno. Para quem deixa o veículo estacionado nas imediações, a principal orientação da polícia é não deixar bolsas e eletrônicos à vista.

Conforme o tenente, das dez câmeras, quatro são móveis e registram imagens em 360 graus. Um dos equipamentos foi instalado em uma torre de 42 metros de altura. Segundo o Imasul (Instituto de Meio Ambiente), que pagou pelos equipamento, são 13 aparelhos instalados.

Por enquanto, pontos sensíveis, como os altos da avenida Afonso Pena, continuam descoberto pela vigilância eletrônica.

A previsão é de que câmeras sejam instaladas após a conclusão do Aquário do Pantanal: uma em frente ao próprio local cuja obra está paralisada pela justiça, outra na Cidade do Natal e a terceira no semáforo com a rua Cacildo Arantes. O Imasul aguarda autorização da prefeitura para utilizar os postes na avenida.

Braço da estátua do Guerreiro Guaicuru corre risco de cair. Conserto custa R$ 10 mil.  (Foto: Marcos Ermínio)
Braço da estátua do Guerreiro Guaicuru corre risco de cair. Conserto custa R$ 10 mil. (Foto: Marcos Ermínio)
Rogério frequenta parque até cinco vezes na semana e elogia pista para atividade física. (Foto: Marcos Ermínio)
Rogério frequenta parque até cinco vezes na semana e elogia pista para atividade física. (Foto: Marcos Ermínio)
Lixo perto das pistas de skate do parque. (Foto: Marcos Ermínio)
Lixo perto das pistas de skate do parque. (Foto: Marcos Ermínio)

Amado - O parque atrai os usuários com a atividade física ao ar livre. Para o personal trainer Gustavo Monteiro, 29 anos, o local deveria oferecer melhor estrutura aos atletas, com mais equipamentos.

“Poderia ter uma estrutura melhor, porque é bem básico”, afirma. Segundo ele, há locais menos frequentado, como a Orla Morena, que conta com mais aparelhos para exercícios e alongamentos.

A mesma deficiência é apontada pelo produtor rural Rogério Rodrigues Figueiredo, 50 anos. Ele frequenta o parque até cinco vezes por semana e também afirma que era preciso mais equipamentos. “Mas o espaço para a caminhada e corrida é muito bom”, diz. Ambos avaliam que o parque é seguro.

No público feminino, a percepção é de que a sensação de segurança aumentaria com mais iluminação e rondas à noite. “É um lugar bonito, bom para caminhar e fazer exercícios. Mas acho que poderia ter mais segurança”, afirma Francielle Levermann, 23 anos.

De acordo com o Imasul, foram solicitadas ao governo federal a instalação de seis academias ao ar livre, uma em cada entrada. Também é verificada a instalação de lanchonete nas dependências do parque.

Guerreiro ferido – O lixo incomoda o funcionário público Adriano Jikimura, 32 anos. Segundo ele, apesar de o parque ter lixeiras, muitos não se preocupam com o descarte correto. “A gente vê muito lixo por aí, diz.

A reportagem verificou garrafas jogadas na vegetação e sacos com embalagens para marmita perto das pistas de skate. A depredação também dá as caras no maior parque da cidade. O monumento do cavaleiro guaicuru exibe um braço pendente. O acesso à estátua foi fechado com grade e dois cadeados.

“O braço pode cair porque sobem, deitam no cavalo. É o mau uso. A peça é pesada e pode machucar alguém”, explica o gerente do setor de Unidades de Conservação do Imasul, Leonardo Tostes, sobre a proibição de acesso. O conserto do braço foi orçado em R$ 10 mil. A recuperação total custa R$ 60 mil.

Parque tem média de sete mil visitantes aos sábados. (Foto: Marcos Ermínio)
Parque tem média de sete mil visitantes aos sábados. (Foto: Marcos Ermínio)
Gustavo afirma que local deveria ter mais equipamentos. (Foto: Marcos Ermínio)
Gustavo afirma que local deveria ter mais equipamentos. (Foto: Marcos Ermínio)
Lago é atrativo para capivaras do parque.  (Foto: Marcos Ermínio)
Lago é atrativo para capivaras do parque. (Foto: Marcos Ermínio)

As 300 capivaras - Num cenário de namoro, atividade físicas e serviço de limpeza para manutenção, as capivaras se deliciavam no lago. Das maiores às pequeninas, os animais símbolos do local encontravam na água o local ideal para um dia de verão.

Segundo o gerente, as maiores populações na fauna são de quatis e capivaras. Os primeiros ficam mais próximo ao Parque do Prosa. Já as capivaras somam 300 animais divididos em quatro famílias.

”E os grupos não se misturam”, diz Leonardo. Está em análise um estudo sobre a fauna, para manejo e controle da população de animais.

Do passado ao contemporâneo – O Parque das Nações une passado e contemporâneo nos seus museus. Nos altos da Afonso Pena, o Museu das Culturas Dom Bosco, mais conhecido como Museu do Índio, tem animais empalhados e o passado indígena.

Do outro lado, na rua Antônio Maria Coelho, o Marco (Museu de Arte Contemporânea) tem 1.600 obras em diversas modalidades artísticas, que registram o percurso das artes plásticas em Mato Grosso do Sul do princípio aos dias atuais. O local ainda conta com uma Concha Acústica.

O parque também é endereço para os grandes shows, quando recebe até 45 mil pessoas. A expectativa é que o parque tenha neste ano um plano de ordenamento de uso. O estudo técnico avalia de liberação da entrada de animais domésticos à restrição da quantidade de públicos em shows.

Série - O Campo Grande News percorre os principais parques da cidade, mostrando a situação em que se encontram, suas principais características, qualidades e problemas.

Expectativa é que  parque tenha plano de ordenamento de uso. (Foto: Marcos Ermínio)
Expectativa é que parque tenha plano de ordenamento de uso. (Foto: Marcos Ermínio)

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