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Capital

No top 10 das multas, velocidade, celular e “esquecidos” do cinto

Aline dos Santos | 05/04/2016 15:11
Proibido, celular foi incorporado à rotina dos motoristas(Foto: Marcos Ermínio)
Proibido, celular foi incorporado à rotina dos motoristas(Foto: Marcos Ermínio)

A lista das dez irregularidades mais comuns no trânsito de Campo Grande revela um condutor que “pisa fundo”, desrespeita o sinal vermelho, não abre mão do bate-papo no celular, mas que resiste a gastar alguns segundos fechando o cinto de segurança.

Conforme as estatística do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito), os dez tipos de irregularidades mais flagrados somaram 299.450 multas no ano passado na Capital, que tem frota de 550.883 veículos.

No topo, vem a infração de transitar em velocidade superior à máxima permitida em 20%, com 137.207 multas. Mas, ao todo, o excesso de velocidade – seja acima de 20%, entre 20% e 50% ou acima de 50% - corresponde a 181.384 multas.

Avançar o sinal vermelho também se destaca, com 39.857 flagrantes, somados fiscalização normal e eletrônica. Dirigir utilizando aparelho de telefone celular resultou em 15.497 multas no ano passado.

De uso obrigatório desde 1997, portanto há quase 20 anos, o cinto de segurança ainda é esquecido por muitos condutores. Em 2015, 10.755 foram multados por não utilizar o dispositivo de segurança. Entre quem é flagrado, as reações vão de desculpas ao gesto de tchau.

Tchauzinho e desculpa - “Mostramos para o cidadão que ele põe em risco sua vida e a de terceiro. Tem condutor que fecha o vidro, fica irritado, fecha o vidro, dá tchauzinho”, afirma o chefe da Divisão de Educação para o Trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), José Roberto Cueva.

Segundo ele, o grande desafio é sensibilizar o motorista. Na última campanha de volta às aulas, o foco foi nos alunos, para que a mensagem chegue aos pais. “Orientamos para que cumpra a legislação de trânsito corretamente, cuide da segurança de quem está no veículo. Que no celular, você pode perder o controle do veículo e atropelar um idoso, uma criança. Mas se não tiver bom senso, vai ter que doer no bolso, não tem jeito”, diz José Roberto.

Num festival de desculpas, até o limite máximo da velocidade nas vias urbanas é invocado para justificar que deixar de lado o cinto de segurança não é tão perigoso. Conforme o comandante do BPTran ((Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), coronel Renato Tolentino Alves, durantes as abordagens, os condutores citam que os veículos só podem transitar a 50 km/h na cidade.

“O condutor, equivocadamente, acha que a velocidade é baixa e entende que não precisa. Por questão cultural, encara o cinto de segurança como um problema. Aí entram as campanhas educacionais. A fiscalização também é muito importante”, afirma.

Abusos – A conduta dos motoristas preocupa quem buscar “educar” o trânsito. “Tem que haver mudança de postura. Avançar sinal vermelho, 28 mil pessoas fizeram isso. Não é uma nem duas. Se há muita fiscalização, falam que é industria da multa. Se não há fiscalização, a pessoa se sente no direto de transgredir”, afirma a diretora de educação para o trânsito do Detran, Marlene Alves Nogueira Rondon.

De acordo com ela, o motorista, que passou pelo devido processo de obtenção de CNH (Carteira Nacional de Habilitação), conhece o certo, mas só tende a segui-lo no começo. “Quando você se habilita, a permissão para dirigir é por um ano. Não pode ter multa gravíssima ou duas graves. Nesse um ano, o índice [de infrações] é mínimo”, salienta Marlene. Caso perca a permissão, é preciso pagar por um novo processo.

Estatística das dez infrações mais cometidas em Campo Grande em 2015. (Fonte: Detran/MS)
Estatística das dez infrações mais cometidas em Campo Grande em 2015. (Fonte: Detran/MS)
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