Ônibus chega vazio em bairro, mas não pega moradores no caminho
Moradores da região da Moreninhas enfrentam dificuldades quando o assunto é transporte coletivo. Quem necessita do ônibus para trabalhar ou estudar na área central, acaba ficando para trás por conta da superlotação durante a integração entre terminais com usuários de outros bairros mais próximos do Centro da Capital
Por exemplo, quem utiliza a linha que faz o trajeto Shopping Campo Grande até o Terminal Moreninhas, ou vice-versa, não consegue embarcar. Isso porque o ônibus não para em pontos da Afonso Pena, onde acaba ficando lotado.
De lá ele segue até o Terminal Morenão sem pegar nenhum passageiro no caminho. No terminal usuários que moram na região do Terminal Guaicurus embarcam, deixando mais moradores dos Moreninhas para trás. Ao chegar no Guaicurus, o ônibus esvazia, e segue desta forma até o Terminal das Moreninhas.
A estudante Jéssica Cristina, 17 anos, contou que o fato acontece principalmente no período noturno, onde a concentração de universitários de toda a cidade é maior nos terminais. “A galera do Moreninhas sempre fica para trás, ou ainda no Centro, ou no terminal Morenão”, explicou.
A técnica de enfermagem Glauce Silva, 37, necessita do transporte coletivo de vez em quando. Para ela, a solução seria colocar uma linha que não parasse nos terminais ou colocar mais ônibus na frota. “Principalmente 061 que vai até o shopping, ele é o mais lotado. É preciso organizar isso direito”, comentou.
A operadora de caixa, Maria Rita, 26, também confirmou a situação. “O ônibus nunca consegue pegar a população do Moreninhas, mas quando chega no Terminal Guaicurus ele fica vazio e segue assim até o bairro. Complicado viu”, destacou.
Segundo a costureira Tereza Leite, 57, o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte público na Capital, fez uma mudança para evitar o problema. “O linha expresso que não parava nos terminais, começou a parar para ajudar, mas mesmo assim não está adiantando. Acho que o ideal era colocar ônibus articulados, nem eu sei mais. Só sei que quem sofre é o usuário”, finalizou.
Conforme a assessoria do consórcio, quem tem a responsabilidade de repassar o número de veículos e solicitar que fiscais acompanhem essa situação, é da prefeitura por meio da Agetran (Agetran Municipal de Transporte e Trânsito). Entramos em contato com a assessoria da prefeitura, na noite de sexta-feira (30), mas as ligações não foram atendidas.