Organização do Passe afirma que autista não pediu auxílio de professor em prova
A mãe da jovem denunciou o descaso da Fapec após ser informada que a filha não teria acompanhamento durante o vestibular
A Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa ao Ensino e à Cultura) – responsável pela organização do Passe (Programa de Avaliação Seriada Seletiva) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) – afirmou que a candidata autista que não teve acompanhamento de um professor durante a prova não requisitou a presença do profissional na inscrição.
A mãe da estudante, Dalva Batista da Silva, de 50 anos, denunciou a situação na manhã deste domingo (8), logo após deixar a jovem de 15 anos em um dos locais de prova, na Avenida Gury Marques. Ao Campo Grande News ela explicou que a filha sofre de autismo moderado e por isso tem crises graves quando fica nervosa.
Para conseguir o direito da filha de ser acompanhada por um professor durante a prova, enviou os documentos e laudos médicos pedidos no edital, mas só descobriu que o pedido foi indeferido minutos antes do vestibular.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (9), a Fapec afirmou que a candidata pediu apenas tempo adicional para realizar a prova, e não auxilio de um profissional. Ainda assim, a solicitação foi negada por falta de documentos e do laudo médico. A decisão foi publicada em edital no dia 20 de novembro.
“Entretanto, a candidata ainda possuía 3 dias para recorrer da decisão enviando os documentos que faltavam”, escreveu a organização em nota. A Fapec reforçou ainda que a responsabilidade de acompanhar todas as atualizações do cadastro e diretrizes publicadas no edital é do próprio candidato.
“Em momento nenhum a Fapec privou auxílio a qualquer dúvida e necessidade. Durante o Vestibular e PASSE recebemos mais de 45 pedidos deferidos para atendimento especial realizados por profissionais especializados nas respectivas áreas solicitadas pelos candidatos”.
Em frente ao local de prova outros pais reclamavam da falta de organização, já que candidatos foram impedidos de fazer a prova por problemas na documentação. A Fundação alegou ainda toda a documentação necessária para a realização da prova está descrita no edital e por isso a responsabilidade por erros da apresentação também é dos estudantes.