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Capital

Outro lado: esposas de presos denunciados atribuem tudo a armação

Além das mulheres, a mãe de um ex-interno com esquizofrenia elogiou comportamento dso detentos Dezidério Silva Araújo e Reginaldo Rodrigues Ortega, que estão sob investigação do MPE

Izabela Sanchez | 10/08/2018 15:49
Presídio de Segurança Máxima em Campo Grande (Marina Pacheco)
Presídio de Segurança Máxima em Campo Grande (Marina Pacheco)

Dezidério Silva Araújo e Reginaldo Rodrigues Ortega, detentos do Presídio de Segurança Máxima, foram transferidos para o Instituto Penal de Campo Grande depois de acusações de que comandavam esquema de venda de drogas e extorsão na ala psiquiátrica do presídio. As esposas dos detentos procuraram o Campo Grande News para negar  as acusações.

As duas, que pediram para não terem os nomes revelados, afirmam que Dezidério e Reginaldo sempre foram elogiados pelos cuidados com os presos com transtorno mental. Além delas, a mãe de um ex-detento que sofria de esquizofrenia também afirmam que os relatos de crimes praticados na ala são mentirosos. O caso é investigado pelo MPMS (Ministério Público Estadual).

“Ele está preso por causa de homicídio lá em Aquidauana e está cumprindo pena.  Há um ano, ele foi para a cela da saúde psiquiátrica. Cuidava dos doentes psiquiátricos, acordava cedo, dava os remédios certinho, fazia a limpeza tudo. Na parte da tarde é o Desidério que fazia a limpeza e a distribuição de remédio”, relatou a esposa de Reginaldo.

Ameaças - Segundo ela, as duas sempre visitam os maridos e nunca ficaram sabendo de casos de agressão aos internos, uma das acusações de presos à reportagem do Campo Grande News. “Não tem lógica essa denúncia, pelo que eu fiquei sabendo foram duas pessoas que fizeram a denúncia e depois disso eles receberam ameaças, foram transferidos e foram agredidos e tudo por causa de mentiras”.

As duas atribuem a denúncia a vigança. Conforme relataram, outro preso que antes trabalhava na ala foi denunciado por agressões e proibido de trabalhar no local. Pessoas ligadas a esse preso, contaram, teriam sido responsáveis por denúncias mentirosas.

“Isso não procede. Nós estamos aqui sempre e nunca aconteceu nada disso. A gente sabe que não acontece. Muito pelo contrário. Eles cuidam, dão banho. Tem paciente lá que tem problema mesmo, psiquiátrico, pessoa que tem problema sério, que não consegue tomar banho, eles dão banho. Então é só cuidados ali. Não existe essa questão de drogas e muito menos de sexo. Então essa acusação é totalmente falsa”, dissea esposa de Desidério.

Mãe de ex-detento com esquizofrenia, que pediu para não ser identificada, contou que o filho recebia todos os cuidados necessários dos dois presos. Ela também afirma que o local é abandonado, sem enfermeiras, e que já denunciou a situação ao MPMS.

“Eu fiquei totalmente horrorizada com o que fizeram com o Desidério, a gente nunca viu essas coisas, isso é totalmente contrário da razão, totalmente falso. O que a gente via é eles dando remédios na boca dos pacientes. Ele cuidava, dava banho, dava comida na boca. Eu já vi outros fazendo isso, eu vi gente querendo o lugar dele. Não só eu, como outras mães, nunca vimos isso nele. Ele cuidou muito do meu filho. Essas acusações são totalmente falsas”, relatou.

Acusações - Segundo a denúncia, dentro pavilhão de saúde, os dois manteriam esquema de venda de cocaína e com agressões físicas, forçariam os presos psiquiátricos a consumirem entorpecentes; A partir daí, conforme os denunciantes, as dívidas são cobradas diretamente das famílias, que para não verem os parentes espancados, depositam as quantias em contas ligadas a Reginaldo e Dezidério.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), alegou que não foi informada dos maus-tratos aos internos, mas que fará uma investigação a respeito.

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