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Capital

Pai e filho ficam calados durante interrogatório sobre arsenal

Analfabeto, Angelo Brito, de 56 anos, afirma trabalhar como armeiro e já tem passagens por posse ilegal

Anahi Zurutuza | 18/06/2023 16:25
Munições, dinheiro e celulares apreendidos com dupla. (Foto: 10º BPM/Divulgação)
Munições, dinheiro e celulares apreendidos com dupla. (Foto: 10º BPM/Divulgação)

Na frente do delegado Felipe Alvarez Madeira, na noite deste sábado, Angelo Brito, de 56 anos, e o filho dele, Luis Henrique Ocampos Brito, de 19 anos, presos por policiais militares do 10º Batalhão com um arsenal, preferiram o silêncio. Durante o interrogatório, foram feitas 11 perguntas a Angelo e a todas ele respondeu com a mesma afirmação, de que preferir se valer do direito constitucional de se manifestar somente em juízo. O filho repetiu a estratégia do pai para outros 11 questionamentos da polícia.

A dupla foi estava acompanhada do advogado Carlos Frazão Pinto, que pediu para que ficasse registrado que o cliente mais velho é analfabeto. Angelo assinou toda a documentação da prisão em flagrante com a digital.

Nenhum dos dois relatou ter sofrido qualquer abuso por parte da PM ou lesões durante a prisão. Angelo explicou somente que o ferimento aparente que apresenta em um dedo foi causado por um câncer e que ele faria a amputação em breve.

Parte das armas encontradas com Angelo e Luiz Henrique. (Foto: 10º BPM/Divulgação)
Parte das armas encontradas com Angelo e Luiz Henrique. (Foto: 10º BPM/Divulgação)

"Casa caiu" - Pai e filho foram presos em casa na Rua Maria Del Horno de Samper, no Bairro Lageado, em Campo Grande, que funcionava como “paiol”. Eles também levaram a PM a local na Rua Santa Quitéria, no Jardim Centenário, uma “oficina de armas. No total, foram apreendidas 7 armas de fogo e 627 munições de vários calibres.

Conforme boletim de ocorrência, policiais da Força Tática do 10º Batalhão faziam rondas em região do Dom Antônio Barbosa e Lageado, onde é comum encontrar traficantes vendendo drogas, quando avistaram um homem tentando se livrar de algo que estava no bolso dele.

A polícia fez a abordagem e encontrou seis munições calibre .357 no bolso dele. Era Angelo, que confirmou ser comerciante de munições de diversos calibres afirmando na sequência: “minha casa já caiu, senhor”. Ele realmente já respondeu a processos por crimes contra o Sistema Nacional de Armas em 2013 e 2017.

Os policiais foram na casa do suspeito e lá foi recebido pelo filho dele, que também confessou comercializar armas de fogo e munições, auxiliando o seu pai. Na residência, foram localizados em um balde, na varanda, duas pistolas 9 milímetros, revólver calibre .357 e muitas munições.

No quarto, havia uma carabina 357. Todas as armas estavam desmuniciadas. Também foram encontrados R$ 9,8 mil em espécie, dinheiro vindo da venda ilegal de arma de fogo.

Sobre a procedência das armas, o suspeito respondeu que é armeiro (pessoa que trabalha com a manutenção de arma) e utiliza a oficina do “sócio”, conhecido como Negão do Centenário, para o trabalho. Segundo Angelo, Negão é quem traz as armas de fogo e munições contrabandeadas do Paraguai e repassava para ele e o filho fazerem a revenda.

Na “oficina”, foram encontradas mais três espingardas, 6 lunetas para armas longas, pote com 100 espoletas e pote com chumbos para a fabricação de munições.

O comparsa da dupla, que seria o dono do imóvel, não foi localizado. Os celulares de pai e filho foram apreendidos.

Eles foram presos em flagrante e levados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada). Pai e filho devem passar por audiência de custódia, que verifica a legalidade das prisões, nesta segunda-feira (19).

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