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Capital

Pais apoiam professores, mas temem prejuízos com greve nas escolas

Filipe Prado | 04/11/2014 15:29
As escolas entrarão em greve a partir de quinta-feira (6) (Foto: Marcos Ermínio)
As escolas entrarão em greve a partir de quinta-feira (6) (Foto: Marcos Ermínio)

Os pais apoiam a mobilização dos professores pelo reajuste de 8,46% nos salários, mas temem prejuízos para os estudantes com a greve na Reme (Rede Municipal de Ensino). Os professores aprovaram, ontem, paralisação nas escolas públicas municipais a partir de quinta-feira. 

A auxiliar administrativa Juliana Camila, 25 anos, concorda com o protesto dos professores, para conseguir o pagamento do piso nacional para jornada de 20 horas, mas admitiu que a greve prejudicará os estudantes. “Eles têm que cobrar o direito, mas assim não é vantajoso para os alunos e nem para os professores”, comentou.

Ramiro Oliveira, 32, crê que muitas escolas não vão aderir, por conta fim do ano letivo, mas sugeriu que a Prefeitura de Campo Grande tome uma decisão para conter a greve. “Eles têm que arrumar um jeito de resolver tudo isso, sem que seja feita uma greve”, propôs.

De acordo com o presidente da ACP (Associação Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, a prefeitura ainda não enviou uma contraproposta para que tentar cancelar a greve. “Nós informamos a ele (prefeito) e pedimos uma audiência, mas ainda não nos chamaram”.

Liliana afirma que a greve irá prejudicar os estudantes (Foto: Marcos Ermínio)
Liliana afirma que a greve irá prejudicar os estudantes (Foto: Marcos Ermínio)

A empresária Liliana de Almeida, 33, afirma que a paralisação “prejudica os alunos”, por isso eles devem “rever isso e deixar para que seja decido após o fim do ano”.

O presidente ainda não contabilizou quantas escolas irão aderir à greve. “Ainda não temos um mapa, mas estamos caminhando e fazendo estas discussões”, comentou. O aviso aos pais, conforme Gonçalves, está sendo feito através de uma carta aberta, enviada às escolas, e através dos próprios professores.

O mototaxista Jeferson, 40, que não quis falar o sobrenome, alega que os professores “têm o direito de reivindicar os direitos”. No entanto, ele sugere que o reajuste seja cobrado “com mais calma, para que a prefeitura tenha mais tempo para pensar”.

O Campo Grande News procurou a titular da Semed (Secretaria Municipal de Educação) Ângela Brito, mas por estar em uma reunião não pode atender a reportagem. A assessoria de imprensa informou que uma nota sobre a greve seria enviada, porém não obtivemos resposta até o fechamento desta matéria.

Manifestações – No primeiro dia de paralisação, às 8h, os professores pretendem cobrar a Câmara Municipal por um posicionamento sobre o tema. Já para sexta-feira (7), os profissionais pretendem realizar, às 9h, caminhada da sede da ACP até o Paço Municipal, além de se reunirem em nova assembleia a partir das 14h.

A categoria cobra o reajuste de 8,46%, que vai elevar a remuneração por 20 horas ao piso nacional. De acordo com a ACP, a remuneração inicial vai passar de R$ 1.564 para R$ 1.697 (100% do piso nacional). Já quem está acima na estrutura de carreira terá o salário aumentado de R$ 2.347 para R$ 2.546.

O reajuste para os professores terá impacto de R$ 3,3 milhões na folha de pagamento, ampliando o comprometimento da prefeitura com gastos de pessoal de 48,7% para 49,21%.

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