Pais denunciam professor que chamou alunos de “burros” e “pobres”
Conforme relatado, o educador chegou a afirmar que seguraria uma das crianças para outro estudante bater nele
Pais de alunos de uma escola municipal de tempo integral, do Bairro Jardim Paulo Coelho Machado, denunciaram um professor que chamou os estudantes de “burros” e “pobres” nesta terça-feira (5). Conforme relatado, o educador começou a ofender as turmas após as crianças formarem fila no local errado.
RESUMO
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Um professor de uma escola municipal em Campo Grande foi denunciado por ofender alunos, chamando-os de “burros” e “pobres” após um mal-entendido sobre a formação de filas. Os incidentes ocorreram durante uma aula de inglês, onde o educador expressou desdém e fez comentários depreciativos sobre a condição socioeconômica dos alunos. Após os alunos relatarem as ofensas à direção, foi convocada uma reunião com os pais, onde foi confirmado que as câmeras de segurança registraram as agressões verbais. Como resultado, o professor foi afastado e os alunos receberão acompanhamento psicológico. Os pais também registraram um boletim de ocorrência por constrangimento e vexame, expressando preocupação com o impacto emocional nas crianças.
Por ter dois filhos, de 9 e 11 anos, estudando na escola, a auxiliar administrativa, de 30 anos, preferiu não se identificar. Porém, a mãe relata que o professor de inglês começou a lecionar no local na metade do período letivo de 2024. Ainda é contado que o diretor da escola chamou os pais de duas turmas, terceiro e quinto ano, para conversar sobre o ocorrido.
“O que ocorreu foi que ele pediu para os alunos formarem fila, mas eles entenderam que era para formar fora da sala. Acharam que ia pegar água ou ir ao banheiro. Depois ele disse que era para formar a fila dentro da sala, olhando um para a nuca do outro. Foi quando ele começou a chamar as crianças de burras e todas as outras ofensas”, explica.
A mãe ainda relata que alguns alunos sofreram ofensas diretas, onde o professor além de chamar a criança, que tem 9 anos, de burra, disse “que os pais deveriam ter vergonha dele”. Para uma menina, o homem chegou a dizer que ela não poderia cursar medicina “porque a família é pobre”. Em outro caso, onde um aluno esbarrou em outro, o educador disse que “se acontecesse de novo, ele iria segurar o menino para o outro bater na cara dele”.
Na sala do filho, de 11 anos, da auxiliar administrativa, o adolescente foi diretamente ofendido. “Ele perguntou se já haviam terminado as atividades e meu filho disse que tinham pegado a dele. Foi quando ele ‘ah como eu estou com pena de você. Tô cagando para você. Tô nem aí para você’ [sic]”.
Segundo a mãe, o professor ainda afirmou, várias vezes, não ligar para os alunos, pois “o salário dele estava na conta”. Em outro momento, chegou a realizar comparativos sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres.
No mesmo dia em que as ofensas ocorreram, os alunos informaram a situação para a direção da escola. Por meio de um grupo de mensagens, o diretor marcou reunião com os pais nessa quarta-feira (6).
Durante a reunião, a direção afirmou que câmeras de segurança, presentes nas salas de aulas, comprovaram que as ofensas ocorreram. Apesar de não mostrar as imagens, a transcrição do vídeo foi lida para os pais.
Dentre as medidas apresentadas para os responsáveis dos alunos, foi o afastamento e substituição do servidor, que foi convocado. Ainda foi afirmado que os alunos receberão acompanhamento psicológico.
Preocupados, os pais foram até a DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) e registraram boletim de ocorrência por “submeter criança ou adolescente sob sua autoridade a vexame, ou ao constrangimento”.
“Eu já fui criança, estudei e não quero que outras crianças passem pelo que os meus filhos passaram. Isso é inadmissível mesmo, porque não tem cabimento um professor, que tá ali para encorajar as crianças, para inspirar, influenciar as crianças para o bem, e praticamente destruir o sonho das crianças”, desabafa.
O Campo Grande News entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande, mas até o momento da publicação desta matéria não houve retorno. O espaço segue aberto.
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