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Capital

Palhaço diz que não se matou porque faca ficou cravada no peito de vítima

Silvana foi morta na quarta-feira (9) em uma quitinete na Rua das Valquírias. Porém, o corpo foi encontrado dois dias em terreno baldio

Viviane Oliveira e Bruna Pasche | 16/01/2019 11:29
Sabiá foi apresentado à imprensa nesta manhã na Deam (Foto: Henrique Kawaminami)
Sabiá foi apresentado à imprensa nesta manhã na Deam (Foto: Henrique Kawaminami)
Jesus Ajala trabalhava como palhaço (Foto/Reprodução)
Jesus Ajala trabalhava como palhaço (Foto/Reprodução)

Conhecido como Palhaço Sabiá, Jesus Ajala da Silva, 46 anos, confessou que matou a merendeira Silvana Tertuliano Pereira, 42 anos, com quatro facadas por não aceitar o fim do relacionamento. Os dois se conheceram em um evento e namoravam há 5 meses.

Em coletiva de imprensa realizada nesta manhã na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), o autor relatou que a intenção era cometer suicídio após o crime, mas não se matou porque a faca usada no assassinato ficou cravada no peito da vítima. “Não consegui tirar a faca”, disse Sabia à imprensa.

Silvana foi morta na quarta-feira (9) em uma quitinete na Rua das Valquírias, no Portal Caiobá. Porém, o corpo foi encontrado dois dias depois enrolado em cobertores em terreno baldio próximo ao local. Sabiá contou que no dia do crime, chamou a vítima para ir conversar na casa dele. Lá, o casal manteve relação sexual e na sequência foi tomar banho. Ele já havia premeditado o crime, e quando a vítima saía do banheiro foi surpreendida a golpes de faca. A mulher, segundo Sabiá, ainda pediu para não ser morta por causa das filhas de 6 e 12 anos, mas foi assassinada com quatro facadas. 

Após o crime, Sabiá tomou banho, deixou o corpo no banheiro e foi para a casa da irmã no Bairro Los Angeles. À noite, voltou para a quitinete com a ideia de se desfazer do cadáver. Na quinta-feira (10), ele recolheu a bicicleta da vítima e o celular que haviam ficado no imóvel e jogou próximo à escola que Silvana trabalhava. Os objetos ainda não foram localizados.

Bilhete deixado pela menina na casa onde viviam com a mãe após desaparecimento dela (Foto: Henrique Kawaminami)
Bilhete deixado pela menina na casa onde viviam com a mãe após desaparecimento dela (Foto: Henrique Kawaminami)
Bilhetes foram encontrados pela polícia na residência da vítima (Foto: Henrique Kawaminami)
Bilhetes foram encontrados pela polícia na residência da vítima (Foto: Henrique Kawaminami)

Na sequência, foi até a casa de um amigo para buscar uma carriola emprestada. Na madrugada de quinta para sexta-feira, colocou o corpo no carrinho de mão e o abandonou em um terreno baldio na região. A vítima foi encontrada no fim da tarde de sexta-feira (11) por moradores que acionaram a Polícia Militar.

Policiais civis chegaram até Sabiá depois que a filha de 12 anos relatou o desaparecimento da mãe após sair para ir ao encontro do autor. Conforme a delegada Jennifer Estevam de Araújo, ele vai responder por feminicídio, ocultação de cadáver - com agravante de violência doméstica.

Após o desaparecimento da mãe, as filhas entraram em contato com o pai em Ribas do Rio Pardo e foram levadas para a cidade. Antes de saírem de casa, as meninas deixaram bilhetes para Silvana dizendo para a mãe voltar logo.

O corpo de Silvana Tertuliana Pereira foi liberado ontem (15) e levado para Dourados. Segundo conhecidos da vítima, ela foi sepultada no distrito de Vila Vargas. Em 2003, Sabiá já havia sido preso suspeito de estupro de uma mulher em Aquidauana. Ele teria mordido a genitália da vítima, causando um corte de aproximadamente três centímetros.

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