Pandemia não paralisa transplantes e três recebem rins e coração no mesmo dia
Ao todo, desde o começo do ano, oito pessoas passaram por transplante renal no hospital
A pandemia de covid-19 não parou os transplantes e em apenas um domingo, 5 de abril, dois pacientes renais crônicos receberam novos órgãos na Santa Casa de Campo Grande. Ao todo, desde o começo do ano, oito pessoas passaram por transplante de rim no hospital. No mesmo dia, um terceiro procedimento, mas de transplante de coração também foi realizado.
Dalton Rosano Roas Benites, 36 anos é um deles e conta que esperava pelo procedimento há seis anos e desde então, estava com a vida praticamente parada. Com a cirurgia, ele acredita que poderá voltar a trabalhar e a sonhar.
“Passei por tantas lutas até que, hoje, eu posso voltar a pensar em trabalhar novamente. Agora que minha vida mudou para melhor, eu tenho vários planos profissionais e com minha família”, afirmou.
Para ele, o mais difícil, era ter que enfrentar a estrada entre Miranda e Campo Grande, três vezes por semana, para fazer hemodiálise. Ele chegou a ir para São Paulo tentar o transplante, mas devido aos altos custos para permanecer lá, voltou a Mato Grosso do Sul e foi reinserido na lista de espera do Estado.
Dalton lembrou que tudo começou com a hipertensão arterial severa que, ao longo do tempo, acometeu os dois rins. Na primeira consulta em 2013, com um quadro de pressão alta, o paciente não retornou com o resultado dos exames como deveria e, passados alguns meses, a situação se agravou.
“Eu passei mal novamente, refiz os exames e quando voltei no médico ele me disse que estavam todos alterados. Meus rins já tinham sidos afetados, eles estavam bem menores que o normal. Daí o médico me encaminhou à Campo Grande para iniciar o tratamento”, relembrou.
O transplante para Dalton foi seu presente de aniversário adiantado. “Foi o dia mais feliz da vida, além de ser um presente de Deus, pelo meu aniversário que é dia 23 agora”, disse.
A ligação que o informou do doador compatível foi feita no mesmo dia da cirurgia e ele conta que saiu correndo de Miranda rumo a Campo Grande. “Quando vi que era a doutora Rafaella, eu já me desmanchei em choro, sabia que seria uma notícia boa”, relata, referindo-se à médica Rafaella Campanholo, que o acompanha.
OUTRO PACIENTE – Humberto Minante, de 41 anos, também foi transplantado no dia 5. Desde julho de 2019, o paciente passou a conviver com a insuficiência renal, que foi descoberta repentinamente durante uma consulta de rotina.
A espera pelo procedimento foi bem menor que a de Dalton. Na fila do transplante desde fevereiro de 2020, em menos de dois meses de espera, Humberto foi beneficiado com a atitude da atitude de um doador compatível.
“Não deu um ano de hemodiálise. Na ligação que recebi, cheguei a não a acreditar, por mais que seja uma coisa que nós precisamos tanto, esperamos ansiosamente, é um misto de sentimentos. Eu não esperava que fosse tão rápido, desde a descoberta da doença até meu transplante. Agora será um novo começo para mim”, comemora.
Matéria editada às 11h06 para correção de informações.