Para ajudar a garantir direitos, defensoria vai à região de usina de reciclável
Ação prevê atender cerca de 100 pessoas nesta quarta-feira (7)
Correr atrás de direitos básicos pode ser uma verdadeira saga para quem não sabe aonde ir e a quem recorrer, e sequer tem o dinheiro da condução. Atendidos pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul desde o início manhã desta quarta-feira (7), moradores do Bairro José Teruel Filho, em Campo Grande, felizmente conseguiram encurtar esse caminho.
Com uma van, mesas e cadeiras, servidores do órgão estão ouvindo necessidades simples, mas que causam grande transtorno na vida das pessoas quando pendentes. Cerca de 100 moradores devem ser atendidos até as 12h, na Rua Cenira Soares Magalhães, quadra 9, lote 29, que fica próxima à usina de recicláveis da região.
A dona de casa Rosiane Correa, 40, é uma dessas pessoas para quem fariam falta os R$ 9,30 necessários para ir e voltar de ônibus até a sede da Defensoria Pública Estadual. Ela perdeu todos os documentos, inclusive a certidão de nascimento, e não tem como pagar pela segunda via de nenhum deles. Ela comemora ter conseguido ajuda para providenciar a reemissão gratuita.
Juliana de Almeida, 29, nem conseguiria ir até o local por ser a única que cuida do irmão com esquizofrenia e bipolaridade. "Se eu fosse lá, seria muito difícil levá-lo. Está em surto", relata. O direito que precisa garantir está relacionado ao atendimento psiquiátrico e recebimento do seguro DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) para ele, inclusive. Ela comenta ter resolvido 50% do problema após alguns minutos de conversa com os servidores.
Célia Francisco de Oliveira, 40, também é dona de casa e tem quatro filhos. Ela elogia o atendimento móvel, que o ajudou a entender como solicitar adesão à tarifa social de energia elétrica. "Foi um bom negócio que fizeram aqui com a população porque, para pessoa ter que se deslocar daqui até o Centro para procurar pelos direitos, é bem difícil", diz.
Dia do catador - A ação da Defensoria Pública está relacionada ao Dia do Catador de Recicláveis, que é hoje, por isso, buscou uma região próxima à Usina de Recicláveis do Bairro José Teruel Filho.
A subdefensora pública Luciene Borim Lima está à frente da ação. Ela afirma que a estratégia serve para aproximar a Defensoria Pública das pessoas, em especial as que mais precisam por estar em situação de vulnerabilidade social. Embora o foco fosse atender catadores, em alusão ao dia comemorativo, o maior público acabou sendo o de mulheres donas de casa.

"Quando se vem até a comunidade, se possibilita que a pessoa venha com mais facilidade. Estamos oferecendo orientações das mais variadas possíveis, desde um direito do consumidor em que a pessoa tem dúvida se faz jus ou não até um assunto um pouco mais complexo", afirma a subdefensora. Quem procurou atendimento aproveitou, inclusive, um café da manhã gratuito com lanche e suco.
A proposta de levar atendimento até regiões de vulnerabilidade social já prestou ajuda a 10 mil pessoas em todo o Estado, segundo dados da defensoria.